segunda-feira, 31 de agosto de 2009

desagregando fronteiras

Recebi de um amigo um texto muito interessante para ler do Pierre Bourdieu, chamado a "A dissolução do religioso".

O Bourdieu vai tecendo alguns conceitos de como nos "novos" clérigos vem ocupando um papel muito mais amplo na sociedade, não ficando o "posto" confinado apenas aos religiosos oficiais. Ou seja, médicos, terapeutas, psicólogos, entre tantos outros, vão ocupando esse espaço antes destinado aos profissionais do setor. O que me interessou mais no texto e no contexto é o fato de que essa abertura liberou uma certa mediação do sagrado e da conexão com o sagrado que o controle das instituições normalmente exerce.

Essa liberação ampliou a fronteira do campo, permitindo que a divisão entre profissionais do corpo, da saúde e profissionais do espírito ficasse mais tênue. Sendo assim, a divisão de espaços passa a sumir e corpo e espírito podem, novamente, ser vistos de uma perspectiva única. Há mais de 10.000 anos os iogues vêm dizendo a mesma coisa.

Segue um bom trecho sobre isso:

"A desagregação da fronteira do campo religioso a que me referi parece ligada a uma redefinição da divisão da alma e do corpo e da divisão correlativa do trabalho de cura das almas e dos corpos, oposições que não têm nada de natural e que são historicamente constituídas."

o jeito engenheiro

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Dissolvência e a meditação

O exercício da meditação tem sido uma prática rotineira. Ao menos, 20 minutos diários. Parece pouco tempo e, no cotidiano das ações, esses 20 minutos mal dão para fazermos algo que contabilizamos com significativo ao final de um dia "normal".

Pois é, mas como o tempo é efetivamente relativo, esses 20 minutos praticando Shamata Pura (meditação sem foco) têm sido um mestre nos últimos tempos. A cada prática algum ponto sutil faz mais sentido e algo que parecia já conhecido se apresenta de uma outra forma, sob uma outra perspectiva e algo se conecta a uma compreensão maior do que afinal de contas estamos fazendo por aqui.

Tem um ponto que tem me chamado atenção na última semana. Venho observando que essa prática de meditação é uma forma muito interessante de notar como os impulsos cármicos (nossos modelos mentais de resposta automática frente aos fatos que vivenciamos) brotam na tela da consciência. Fico ali, parado, observando brotarem.



Dá vontade de rir de vários, pois parecem tão previsíveis, mas estão ainda estão lá, se manifestando de alguma forma.

O que venho notando é que quanto mais olho, mas consigo perceber que esses padrões não tem solidez alguma, não possuem realidade nenhuma e, efetivamente, são apenas escolhas inconscientes minhas de maneiras de me relacionar com esses acontecimentos no cotidiano. Ou seja, quanto mais olho, mais consigo perceber os elementos de que esses padrões são formados, seus agregados e mais fica fácil dissolver a referência que tenho deles como fenômenos concretos.

Interessante perceber que essa dissolvência está relacionada diretamente com uma ampliação do próprio grau de liberdade em relação ao que se dissolve. Se conseguir perceber isso antes de considerar o padrão de resposta como "a realidade", é possível evitar o ciclo que esse padrão dispara, cortando isso na origem de seu circuito de causalidade.

O processo todo é puramente sistêmico e a cada nova prática o contorno do que considero como o mapa do sistema se amplia um pouco mais.

Pois é, e quem diria que a dissolvência não precisa vir pela negação, pelo dualismo, ela pode vir pelo reconhecimento, pela consciência de que aquilo é apenas uma escolha.

indicadores e mídias sociais

boa apresentação do edney que sintonizamos por aqui:

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

os peixes da fofoca inconsciente

OS PEIXES DA FOFOCA INCONSCIENTE


Do oceano de samsara,

Com a rede de sua boa postura,

Os peixes da fofoca inconsciente

São expostos ao ar fresco.

Sem elogios, sem culpa.

Os peixes de sua mente inconsciente

Buscam o ar samsárico,

Mas morrem na sabedoria coemergente.

Mente desobstruída

Recebi diretamente do pessoal do CEEB. Turma que faz um trabalho bem interessante e bem sério.

A mente é como uma base pura e sem fronteiras. Se não nos atrairmos e não nos apegarmos aos nossos fenômenos limitados e finitos, então podemos permanecer no frescor de nossa mente sem limites.

A mente é como água pura e clara. Se não nos atrairmos e não nos apegarmos aos nossos fenômenos obscuros, então podemos permanecer em nossa mente natural e primordial.

A mente é como fogo puro radiante. Se não nos atrairmos e não nos apegarmos aos nossos fenômenos enfumaçados, então podemos permanecer em nossa mente leve e luminosa.

A mente é como ar puro e sem peso. Se não nos atrairmos e não nos apegarmos aos nossos fenômenos empoeirados, então podemos permanecer em nossa mente clara e desobstruída.

A mente é como o céu puro e aberto. Se não nos atrairmos e não nos apegarmos aos nossos fenômenos enevoados, então podemos permanecer no espaço aberto da nossa mente.

Thinley Norbu Rinpoche (Tibete, 1931 ~)
"Magic Dance"

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

estudando a conexão entre ignorância, modelos mentais e consciência

Definir ignorância me parece um grande desafio. Como definir algo que por si só já é uma forma de restrição?

Lembrei de alguns conceitos sobre ignorância que ouvi nos últimos anos:
1. ignorância é falta de luz;
2. ignorância é visão restrita;
3. ignorância é trevas;
4. ignorância é falta de conhecimento.

Tem algumas versões que derivam essencialmente destas.
Creio que haja um equívoco importante nessa forma de definir ignorância e que talvez ajude a propagar mais ignorância. Os conceitos todos têm por trás um elemento que falta, como se algo pudesse chegar e clarear aquele ponto, trazendo uma sensação de verdade e clareza que desse um sentido novo para um determinado ponto de vista.
Vejo que seguir dessa forma é substituir uma representação por outra. É trocar um modelo por outro, fazer o upgrade do software e achar que aquele último será a versão definitiva. Voltomos a um ciclo de conceitos e revisões que me parece que não vai terminar nunca.

Vejo ignorância de forma diferente. Pensei em como poderia olhar para esse conceito de uma forma que não o definisse, mas que desse um cortono de percepção. Vejo assim:

Ignorância é uma tentativa de dar solidez a uma estrutura cognitiva de entendimento do mundo, a um contorno que cria uma interface ilusória entre uma infinidade de agregados que levam a percepção do todo.

Comentando:
Dar solidez significa gerar uma relação com uma forma de ver algo que considera aquela forma como a melhor, a mais alta, a mais profunda, a mais verdadeira. Qualquer conceito que parta dessa premissa, gera ignorância. A razão é que acaba por existir dualismo, uma comparação sutil entre duas ou mais criações mentais que são tão válidas quanto qualquer outra no contexto de quem a criou. Ou seja, o observador não reconhece a criação, mas sim a relação que ele cria com a criação e a chama de verdade.

Ok. Mas, e daí?
Daí que isso segue numa sequência interessante.
Um conjunto de ignorâncias operando forma uma espécie de agregado. Esse agregado, para a mente, vai adquirindo uma espécie de maneira de agir, maneira de atuar, que é o que podemos chamar de modelo mental. Isso está bastante mapeado em estruturas de conhecimento como Pensamento sistêmico, cognição e por aí vai. O modelo mental é uma forma de dar pronta resposta as situações que vivenciamos, uma classificação automática e sutil ao que consideramos como sendo o real, o verdadeiro, a forma de vermos o mundo.

ok, Mas, e daí?
Daí que isso segue numa nova sequência interessante.
Um conjunto de modelos mentais operando vai formando um tipo de consciência, uma maneira arquetípica de ver e conhecer o mundo a partir das relações que estabelecemos com nosso próprio olhar. Esse tipo de consciência tem relação com o que chamamos de persona, arquétipo, número no eneagrama, mito, signo astrológico e por aí vai. A consciência se forma a partir de um agregado de modelos de respostas básicos as situações cotidianas que vivemos. Uma espécie de Google psíquico com filtro conceitual de busca!
É claro que falo aqui de um nível consciência básico, cada pessoa realiza e integra isso de formas muito singulares, oscilando em torno dos padrões que formamos coletivamente em nosso convívio social.

É?

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

relações, cognição e a fofoca como um vírus

estudando como boatos se propagam nos memes mentais e criam, ou melhor, dão nascimento a realidades na mente das pessoas, achei um trecho fantástico do livro "A jóia dos desejos" do lama Padma Santem.

segue:

"Quando citamos um objeto pelo nome ou quando conversamos sobre ele com outra pessoa, damos realidade a esse objeto. Quando introduzimos esses conceitos separativos, atribuindo realidade permanente a eles, estamos transmitindo essa realidade para dentro da mente da outra pessoa. Dessa forma, também estamos contatando com todos os objetos que a pessoa passará a criar daí em diante a partir da estrutura que estamos transferindo sem que ela perceba. Quando ouvimos alguém falando mal a respeito de uma pessoa, mesmo que não queiramos concordar, algo se transforma dentro de nós.
Isso é uma espécie de vírus que ataca a visão e que não percebemos, uma vez que não pode ser detectado diretamente. Seus efeitos, no entanto, evidenciam-se de forma indireta como rigidez e, em decorrência disso, como desarmonias que acompanham inseparavelmente a dualidade.


Ficamos cegos por que vemos!
"

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Cinco princípios para constuir um sistema que aprende

Ontem, fui na palestra do prof. Nelson sobre complexidade no Masp. Palestra bastante densa de conceitos, síntese de uma série de pensamentos que recheiam o imaginário popular ultimamente. Ele traz uma visão mais científica e aplicada dos conceitos, indo mais a fundo e saindo de uma compreensão superficial que acaba por invalidar o uso cotidiano que muita gente faz disso. Questionável a visão dele, mas interessante como referência.

No entanto, ele trouxe de volta alguns conceitos bem bacanas do Steven Johnson sobre sistemas que aprendem. Quero comentar isso um pouco abaixo na relação que vejo desses princípios com o que estamos fazendo em relação aos processos de ativação de Redes Sociais.


5 princípios fundamentais para construir um sistema que aprende a partir de um nível mais baixo com regras locais (S. Johnson):

- massa crítica de agentes:

a quantidade de membros de uma rede faz toda a diferença em relação a capacidade de inovação e aprendizagem da mesma. Poucos membros pode manter o sistema incapaz de dar conta do seu próprio sentido, gente demais pode tornar o fluxo de comunicação muito difícil de lidar. certamente, para cada sistema que se pense, deve haver um ponto de virada em relação a capacidade de conversação das estruturas.

- as partes dos sistemas emergentes não devem ser excessivamente complicadas:
princípio fundamental. usar formas simples, meios simples de abrir espaços de conversação que permitam a aprendizagem. Quanto menos tecnologia meio for necessária, melhor. Quanto mais direto, mais simples a interface, melhor.


- interações aleatórias são desejáveis:
Abrir espaços de conversação que não sejam dirigidos a tipos de conversação específicas é um ponto importante. Abrir espaço significa literalmente deixar fluir energia pelo sistema dentro dos contornos que esses espaços permitam.


- os agentes do sistema devem ser dotados de habilidade para detectar padrões:
Esse é um aspecto que quero ressaltar, pois considero que tem muito a ver com o tipo de dobra, conceito de antropologia visual, que queremos usar quando vamos desenhar um processo de ativação de rede. Criar meios para que os agentes possam se ver, se reconhecer e observar padrões a partir desses meios é um detalhe que pode fazer toda a diferença no sentido de como esse sistema vai evoluir. Para isso, usar técnicas como sociogramas, vídeos, toalhas dos cafés, mapas de território, enfim, criar unidades que permitam o sistema se ver. Para isso, usar as tecnologias de conversação na produção dos sentidos coletivos e de análise das redes na visualização dos fluxos de interação é um ponto fundamental a considerarmos em nossa experiência.

- os agentes do sistema devem estar dotados de capacidade para interagir com vizinhos:
Princípio do que fazemos: conhecer o outro, descobrir seus rastros pela rede.

Síntese da palestra Complexidade, sistêmica e Holismo: hipóteses possíveis acerca da realidade.

Prof. Nelson Fiedler-Ferrara
Masp, 11 de Agosto, 2009
Comitê Paulista para a década da Cultura de Paz


cognição: ato ou processo dinâmico de conhecer;

viver como um processo de auto-formação.

no processo de cognição procedemos recortes da realidade como representada pelo modelo que escolhemos.

varela: princípio do balanço complementar.
balanço entre criatividade e implementação efetiva.

1. alguns comentários

a não demonização do cartesianismo, reducionismo e mecanicismo. foram as abordagens necessárias para chegarmos a compreensão do mundo que temos hoje.

a complexidade do mundo não era desconhecida pelos cientistas, mas não sabiam como tratá-la.
o advento dos grandes computadores muda esse cenário.
isso influencia a filosofia, as ciências humanas como um todo e puxa a uma nova epistemologia.

2. Modelo reticulado de racionalidade científica - Laudan
Teorias - Objetivos - metodologias
Mudança contínua e adaptativa nos 3 eixos.
Muda a idéia da revolução como mudança de paradigma.

3. Hipóteses adotadas pela ortodoxia dos cientistas hoje:
- realismo, pluralismo, determinismo ontológico, determinismo epistemológico flexível, formalismo.

4. Hipóteses ontológicas sobre a realidade adotada pela maioria hoje:
realidade é sistêmica
realidade é complexa
realidade pode ser expressa por leis

A comunidade científica aceita com muita mais facilidade a idéia de sistêmica e complexidade. Em curso fortemente um processo de contínua mudança e adaptação.

5. HOLISMO
é um critério espitemólogico: a realidade é considerada primariamente como um todo.

alguns holismos:

- holismo como modelo para o organismo. Kurt Goldstein.
organismos individuais como entidades holíticas.

- sociologia: se contrapõe a individualismo. Durkheim.;

- filosofia da linguagem: significado. contexto da linguagem. Wittgenstein. Quine. Duhem.

São abordagens protocomplexas.

- Holismo de J. C. Smuts. holismo é um método de explicação.
Tendência sintética do universo por meio da formação de todos.
Epistemologia que se aproxima de uma religião. Elege nos todos um princípio unificador, principalmente na personalidade, o todo mais elevado. Se aproxima da transcendência.

6. PENSAMENTO SISTEMICO

Em geral, os elementos são tratados de uma forma muito simplicada.
As simplificações em geral comprometem o alcance e a validade das afirmações.
Capra aparece como sendo a referência de base importante.
O uso da quantica é incorreto, em geral.

Muitos usos epistemológicos não tem a necessidade de validação pela ciência.

7. SISTEMICA
construções clássicas. Bertalanffy.
Wiener e Rosemblueth - cibernética e eletronica.
Livro - Conceitos básicos de sistemica - Bresciani Filho.

É o sujeito que define o sistema e também lhe atribui finalidade. O sujeito pode ser interno ou externo ao sistema.

A presença de um sujeito implica a presença de um ponto de vista subjetivo, decorrente de todos os seus limites de entendimento e incerteza de avaliação.


O todo é mais ou menos do que a soma das suas partes.
Não existem elementos isolados.

As características podem ser consideradas como emergencias do sistema: produtos, resultantes.

As relações exercem restrições.

Os elementos dentro do sistema constituem uma rede de relações: arborescentes ou circulares. Sistemas complexos são apoiados em relações circulares. Sistemas complicados são apoiados em arborescentes, hierarquia.

Organização: conjunto das características estruturais e funcionais de um sistema.

A organização é uma fonte de criação de diversidade. Para isso, as forças de atração e colaboração precisam predominar as forças de repulsão ou de competição. É dessa dinâmica que surge a criatividade e a inovação.

Os objetivos são atribuídos pelo sujeito.

Podemos abstrair sistemas fechados e sistemas abertos em relação a interação com o meio ambiente.

Pode estar em estado de equilíbrio ou desiquilíbrio.
Cada novo estado pode ser considerado uma novidade no sistema.

2 características a mudanção de estados: regulação e adaptação.


Podem ocorrer mudanças organizacionais espontâneas com o aparecimento de comportamentos inesperados, imprevistos. Isto é devido ao alto grau de liberdade ou de altas sensibilidades dos elementos a contingências e relações com o meio ambiente.

Auto-organização: transformação ou criação de uma organização. Decorre da interação das atividades predeterminadas.

A sistêmica pode ser aplicada a diversas epistemologias. Nos ajuda a definir ontologias para diversas epistemologias.


8. COMPLEXIDADE

- níveis hierárquicos de organização;
- dinâmicas não-lineares: hierarquias com anéis de realimentação interna. o efeito não é linearmente proporcional a causa.

propriedade emergente = macro-comportamento observável.

emergencia de segunda-ordem: confere funcionalidade adicional ao sistema.

9. TRABALHAR COM SISTEMAS COMPLEXOS ENVOLVE:

- buscar leis que possam ser aplicadas a uma variedade de sistemas complexos;

- encontrar princípios unificadores:
- não significa proceder a abordagens reducionistas;

Em qual nível pretendemos formular as leis? em cada nível encontraremos tipos específicos de organização e estrutura.

Sistemas complexos adaptativos = mostram comportamento emergente.

5 princípios fundamentais para construir um sistema que aprende a partir de um nível mais baixo com regras locais (S. Johnson):

- massa crítica de agentes;
- as partes dos sistemas emergentes não devem ser excessivamente complicadas;
- interações aleatórias são desejáveis;
- os agentes do sistema devem ser dotados de habilidade para detectar padrões;
- os agentes do sistema devem estar dotados de capacidade para interagir com vizinhos.


o anarquismo epistemológico é intrínseco ao processo cognitivo. Tem relação a como conhecemos as coisas e a nós mesmos. Interior?

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

amadurecimento espiral

A imagem da espiral é algo que vem, de forma recorrente, aparecendo em muitas coisas que tennho estudado ultimamente.
Como algo que evolui em torno de temas que na aparência são semelhantes,a espiral mostra um processo mais orgânico, onde vamos voltando a alguns temas, mas a nossa paisagem de fundo é outra, ou seja, a referência pela qual olhamos para algo muda tudo. A referência é como a paisagem de fundo, uma espécie de modelo mental que usamos para interpretar alguns elementos da nossa vida.

Falando nisso, acho um pensamento rico e interessante em relação a isso no material do Gaia Education - metodologia da espiral:

"Proponho que… a psicologia do ser humano maduro é um processo espiralado, emergente, oscilante, marcado por uma progressiva subordinaçao de sistemas de
comportamento mais antigos e de ordem inferior a sistemas mais recentes, de ordem superior, que ocorre à medida que os problemas existenciais de um individuo se
alteram."


A ordem superior ou inferior de um sistema tem a ver com o nível de complexidade dele. Quanto mais aberto, mais inovador, mais complexo. Quando o número de humanos se relacionando aumenta, a complexidade de nossas soluções também parece que deveria aumentar para integrar a capacidade orgânica de nossas redes de conversação.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Informação, cultura e expansão da consciência

Lendo um post bem interessante que compila uma série de estudos a respeito da Ayahuasca, tanto do ponto de vista biológico, legal, cultural, psicológico e espiritual, achei um trecho bastante interessante em relação as pesquisas com cognição que venho explorando:

"Aqui temos uma tecnologia que alterando a composição bioquímica do instrumento e dos meios de processamento da informação, permite a inativação temporária dos filtros culturais e psicodinâmicos que nos bastidores da mente agem determinando, formatando e hierarquizando, nossas experiências quotidianas. Pode se de fato aprender muito, crescer e liberar energia psíquica e vendo, transformando, eliminando, aceitando e se reconciliando com conteúdos incômodos."

Vejo isso como sendo uma alteração direta na biologia cultural do corpo. Modificando os filtros a partir de uma nova composição química temporária, facilita percebermos as sutilizas de nossos processos interiores. O mesmo tipo de filtro pode ser sentido a partir da meditação, principalmente, quando paramos para observar os pensamentos e as sutilezas dos seus desdobramentos em nosso dia-a-dia. De forma diferente, a meditação baixa uma série de fatores no cérebro que permitem, de forma mais clara, observar padrões e abrir processos.

A consciência é um processo de desenvolvimento sutil da auto-percepção.

E segue o estudo...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

big seed marketing

lendo o artigo no Caderno Mais sobre Caça de tendências na web esses dias, alguns detalhes me chamaram a atenção:

- as simulações que demonstram que a efetividade de propagação de algo na web é melhor quando consideramos pontos aleatórios do que apenas focarmos nos hubs;

- o fato de que essa efetividade está relacionado ao custo de tempo de propagação de um meme que um hub teria em relação a um usuário aleatório na web. Ou seja, um hub pode virar facilmente um gargalo de memes a serem transmitidos, sendo que um internauta aleatório pode estar a busca de suas próprias bandeiras.

Peguei um novo artigo para pesquisar mais sobre o assunto: viral marketing for the real world.

Em tempos de manifestos, ações virais e redes de projetos, perceber que as estratégias estão cada vez mais voltadas para a multiplicidade de fluxos na rede é algo que muito promissor.