segunda-feira, 18 de junho de 2012

Acessibilidade e padrões na web: uma questão de liberdade



O que mais pega por aqui não é a falta de padrões, é o olhar que brota de uma cultura onde o interesse tá na difusão de massa, no controle e no protagonismo.

A tecnologia já existe, mas o que falta mesmo para operarmos isso em nossas ações?

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Apresentando sobre dinâmica de evolução de revistas científicas e bibliotecas digitais no 3º Simpósio Brasileiro de Comunicação Científica na Universidade Federal de Santa Catarina

Semana passada estive na Universidade Federal de Santa Catarina, no campus de Florianópolis, para participar do 3º Simpósio Brasileiro de Comunicação Científica. O evento faz parte das ações de pesquisa do programa de pós-graduação em Ciência da Informação e trouxe como temática do encontro a questão do acesso aberto.

Tema bom de conversar e ainda com muito, mas muito para ser feito em termos de tecnologia, pesquisa e, sobretudo, entendimento humano do assunto. Como tenho feito já a um tempo, estou participando de eventos desse tipo, enviando trabalhos do doutorado, como estratégia para conhecer melhor a área da CI no Brasil, o que tem sido feito, quem está atuando e construir melhores formas de me inserir também nesse contexto.


Alguns bons temas foram discutidos por lá nos dois dias do evento. Vou resumir aqui o que considero como as principais contribuições para o debate e onde acho que temos bastante espaço para experimentar bons processos de relação:



  • Banco Mundial e Unesco agora possuem diretrizes institucionais de promoção a seus repositórios em acesso aberto, seguindo os padrões da OAI.
  • A União Européia finalizou recentemente um projeto chamado PEER - Publishing and the ecology of european research. O projeto se propunha a investigar os efeitos causados pela publicação sistemática de artigos científicos revisados pelos pares do ponto de vista dos leitores, dos journals assim como em toda a ecologia da pesquisa na união européia. Diversos materiais interessantes foram gerados ao longo de 4 anos de trabalho.
  • Pesquisadores americanos têm criado alguns manifestos sobre a abertura integral e de acesso aberto aos resultados das pesquisas que foram financiadas pelo governo. Bom debate rolando aqui.
  • Para novos processos, novos modos de dar visibilidade sempre são uma etapa que ajudam e muito a conseguirmos avança na consolidação de novas ideias. A PLOS (Public Library of Science) tem se proposto a construir e experimentar novos indicadores que busquem avançar nas limitações de avaliação que hoje existem quando utilizamos apenas o fator de impacto. O Article level metrics é uma iniciativa fundamental para esse debate. A ideia aqui por detrás é mostrar como temos a necessidade de trabalhar de forma multidimensional para construir sistemas de avaliação de impacto que expandam as nossas limitações de olhar do que é hoje considerado uma boa pesquisa científica. Trabalham com as seguintes dimensões e suas possíveis integrações: usage, citations, social bookmarking and dissemination activity, media and blog coverage, discussion activity and ratings.
  • O projeto total-impact.org é uma iniciativa que permite criarmos uma coleção de objetos de pesquisa que desejamos rastrear e avaliar ao mesmo seu impacto na comunidade acadêmica. Permite criar coleções de artigos, dados, gráficos, entre outros e avaliar como eles são apropriados em diferentes dimensões. Muito útil.
  • Um livro interessante sobre os "novos colégios invisíveis" foi comentando como uma boa tentativa de mostrar como a ciência, a dinâmica da pesquisa e os fluxos de redes têm mudado nos últimos anos no mundo todo. 
  • Nas apresentações de trabalho, deu para sentir as primeiras conversas sobre curadoria digital de dados, sobretudo num projeto que foi ali apresentado, do Digital Curation Centre. É um projeto do Governo inglês que visa auxiliar suas universidades e instituições de pesquisa a promoverem processos de curadoria de seus dados digitais, ou seja, arquivarem dados brutos de pesquisa e não somente aqueles que já foram processados e se tornaram relatórios, artigos ou outros tipos de trabalhos. Outro debate fundamental: onde publicar os dados brutos da minha pesquisa? O quanto eles não poderiam alimentar de ideias e possibilidades de experimentação outros pesquisadores que tivessem interesses semelhantes aos meus? O quanto isso não poderia favorecer a melhor circulação de nossas próprias ideias?
  • Sobre ferramentas, duas delas foram bem lembradas para análise de padrões complexos em dados de produção científica: Citespace e Sci2.

 Abaixo, segue a apresentação que fiz no Simpósio e o link do artigo apresentado.




E no final, até um show Hare Krishna com distribuição de comida vegana rolou! Bom encontro!



terça-feira, 5 de junho de 2012

Apresentando sobre Open Archives no 9th CONTECSI International Conference on Information Systems and Technology Management

Semana passada fui apresentar um trabalho sobre o doutorado na 9th CONTECSI, que é um evento científico organizado pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo.

O evento já é um dos tradicionais aqui no Brasil voltado para discussões envolvendo as várias facetas de sistemas de informação, desde tecnologia até modos de uso e sentidos de apropriação. Confesso que fui bastante despreocupado em relação ao que esperar. Assim, normalmente, é mais fácil.

Resolvi passar a quinta-feira por lá. Apresentei meu trabalho logo após o almoço. Estava inscrito na área de Ciência da Informação, junto com outros trabalhos sobre repositórios digitais e interfaces da Ciência da informação com outras áreas do conhecimento. Os trabalhos na sessão em que apresentei eram bastante heterogêneos, sendo um primeiro focado na tecnologia de base do protocolo OAI-PMH, que também utilizo como um dos fundamentos tecnológicos do que viabiliza minha tese no sentido de transporte e circulação de metadados e um outro trabalho de cunho bastante teórico, mais voltado para pensar nos múltiplos usos que conceitos das ciências cognitivas fazem interface com a ciência da informação e formas de mapeamento dessas conexões. Por fim, tinha meu trabalho, sendo as primeiras reflexões mais aplicadas da minha tese, buscando mostrar como bibliotecas digitais federadas podem criar importantes e expressivos repositórios de informação que viabilizam pesquisas na área da bibliometria, infometria e webometria em outro nível de escala e qualidade. Temas interessantes, mas com pouco contato. Não houve muito debate e seguimos adiante. De qualquer forma, deixo aqui abaixo o material que apresentei por lá e que já começa a levantar alguns resultados iniciais de por onde ando pesquisando nos últimos tempos...




Depois, fui convidado para moderar uma mesa com o tema "Gestão de Sistemas de Informação". Enfim, tava esperando algo mais abstrato ainda, dado que nesse tema muita coisa poderia caber. Mas, me surpreendi, de fato. Pessoas bastante interessantes acabaram reunidas na sala, com trabalhos que abriram boas conversas entre si e bons caminhos de reflexão sobre modos de uso da informação, modelagem de dados, mineração e o uso da teoria de agentes de software para o gerenciamento de eventos em ambientes complexos, um dos temas que gosto bastante desde a época da Unicamp. A discussão que mais pegou foi sobre modelagem conceitual de banco de dados, dados multidimensionais e o famoso problema do minimundo.

O que modelamos é a realidade, o que vemos ou algum tipo de interface no meio disso tudo? E quando isso vira sistema de informação? Como garantir que funcione, seja flexível e ainda assim estruturado? Que dilemas precisamos cuidar? Interessante demais ver como gente bastante focada na ciência da computação em seu aspecto mais duro tem tentado responder a essas coisas. O foco vem e vai e acabamos voltados para os espaços de conversação e as múltiplas formas como surgem o pensamento humano. Divertido e bom pra pensar.

Bons trabalhos sobre BI e mineração de dados, uma área que tenho flertado mais nos últimos tempos, sobretudo pela possibilidade e potencialidade que oferece na síntese e visualização de informação complexa, ainda mais quando utilizado em conjunto com a análise de redes sociais.