sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Refletindo sobre os componentes de uma estrutura de informação para redes emergentes

Estudar Ciências da Informação tem lá a suas vantagens. No começo, o que parecia ser apenas um curso chato, cheio de teorias que não faziam sentido, foi gradualmente mudando. A aproximação com a pesquisa relacionada a bibliotecas, a vocabulários, a protocolos, interoperabilidade, tudo o que esses caras têm efeito e seus desdobramentos nos sistemas de informação que usamos hoje em dia é muito interessante.

Tem muito da história da Internet, de protocolos abertos a estrutura de metadados que passa por essa conversa.

Pensar em sistemas de informação que possam facilitar a emergência de novos arranjos organizacionais, que facilitem os fluxos de informação e ampliem nossa possibilidade de interoperabilidade é um desafio contínuo. Já vi várias ações sendo pensadas, sendo que uma das mais interessantes que vi recentemente foi do pessoal do MinC, o projeto Cervo.

Lendo um pouco sobre pesquisas em bibliotecas digitais e as preocupações que esses caras sempre tiveram em facilitar o compartilhamento distribuído de acervos, busca descentralizada e agregação de informação, uma série de componentes são levados em consideração na estrutura de um sistema de informação:

  • ambiente para submissão e armazenamento de documentos eletrônicos;
  • mecanismos de linkagem de documentos eletrônicos entre si, de modo que um usuário pudesse ter acesso imediatamente a referências e fontes citadas em um documento eletrônico;
  • endereços eletrônicos persistentes, sem os problemas de links inválidos;
  • base de autoridades;
  • linguagem de descrição;
  • esquemas de classificação temática;
  • sistemas de metadados para interoperabilidade entre sistemas e descoberta de informações;
  • armazenamento e preservação de documentos eletrônicos por longo tempo.
 De todos esses ítens, onde mais trava em geral é no processo de consenso entre o uso da linguagem de descrição e os esquemas de classificação temática. Temos tecnologia que avança muitos desses pontos, como o XMPP, mas o processo de conversação humano que vai produzindo sentido nisso é que é a trava. 

De fato, não são sistemas triviais e nem tampouco temos cultura para trabalhar nessa perspectiva. Brincar e experimentar com isso, criando formas de notificação, de compartilhamento que produzam sentidos temporários a grupos e que representem as metáforas de ativação do próprio grupo. Acho que tem aí um cadinho de sentido e uma enorme dimensão de reflexão para quando estamos conversando sobre redes e sistemas de informação...

Nenhum comentário: