segunda-feira, 29 de junho de 2009

Serra amplia comunicação online

e os novos ambientes de gestão vão sendo construídos...

Na convergência do que estamos fazendo no acessa escola.

Aqui!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Na trilha

Na Trilha

Esses ensinamentos eu escutei pelas trilhas dos saltimbancos, em mais de quarenta anos de andanças. Tem me valido.

1- Onde houver autoridade
Não pode haver criatividade.

2- A arte é uma magia;
a gente aprende, mas ninguém ensina.

3 - Qualquer método
logo vira um sistema burocrático;
mas nenhum método também pode virar um método.

4 - A poesia, a magia, a arte...
as grandes sabedorias
não podem habitar corações medrosos.

5 - Tudo se consegue com esforço;
não se chega a lugar nenhum sem caminhar.

6 - A arte, de um modo geral,
só faz sentido como uma tribuna livre,
onde se possa discutir até às últimas conseqüências
os problemas do homem.

7 - A cultura nas mãos dos poderosos
constrange mais do que as armas;
por isso, a arte e o ensino nas mãos do governo
são sempre sufocantes.

8 - Para poder ver é preciso esquecer a religião,
a educação e a ideologia.

9 - Cuidado com o papo dos velhos;
geralmente o que dizem
é pra justificar a vida miserável que viveram.

10 - Não se prenda a nada.


Plínio Marcos

liderança em biologia cultural

Segundo Maturana e Ximena,

"Em nosso presente cultural tratamos a noção de liderança como se se referisse a um valor em si, como se detonasse uma habilidade ou capacidade que possuem as pessoas que chamamos de líderes. Assim, não vemos que o que conotamos em nosso presente cultural ao falar de liderança é uma relação interpessoal em que uma pessoa deixa que outra inspire seu fazer num ato de subjugação admirativa dos desejos ou da vontade desse outro que aceita como guia. O prazer de fazer o que se quer mediante a obediência de outros com frequência leva aos que são tratados como líderes à tentação de "autoritarismo", e, no desejo de conservar essa relação, o "líder" prontamente procura garanti-la para além da vontade dos liderados com alguma teoria inquestionável que a justifique ou com algum procedimento de castigo que a assegure desde o medo de perder o que se quer conservar."

terça-feira, 16 de junho de 2009

para não dizer que não falei das flores...

Até quando?

E por falar em religiosidade e poder...

"(...) Mas a religiosidade, que não as religiões oficiais, evidentemente, a religiosidade consiste no seu auto-conhecimento, atenção sobre você mesmo. Esta te leva a você não querer ser nem o poder, nem querer que ninguém exerça poder sobre sua cabeça. Então, é isso que eu tenho feito. Feito um trabalho de procurar encontrar caminhos para dizer para as pessoas que o que nos liberta é o auto-conhecimento. O que pode te tirar de uma sociedade capitalista baseada nos princípios de propriedade privada dos bens sociais, portanto na ânsia possessiva do lucro, portanto, na competição e na violência, é o auto-conhecimento, é a religiosidade.

Plínio Marcos

terça-feira, 9 de junho de 2009

criação

Contra todo dever ser, contra todo modelo de perfeição, o sentimento de felicidade é a nossa maior arma no combate ao esmagamento contínuo da vida humana. Criar é uma resistência à submissão, e a felicidade que provém do ato criativo passa a nos guiar cada vez mais, já que através dela podemos avaliar as nossas atividades cotidianas sempre do ponto de vista do favorecimento ou do obstáculo à fruição da vida. Como o criador é movido por um desejo contínuo de distribuir os seus filhos ao mundo, é inevitável que, ao perceber que está muito próximo da morte, tenha como a única preocupação não a morte mesma, mas sim ter a certeza de que tudo que foi possível criar foi efetivamente distribuído ao mundo. Por isso que o pensamento da morte, quando nele surge, funciona apenas como mais um estímulo para tornar-se cada vez mais fecundo e para não desviar-se do seu caminho. Há, nele, um conhecimento de que tudo continua e que as coisas permanecem sempre de modo diferente... e a sua felicidade corresponde a uma certeza de que a roda gira desde sempre: esteja com vinte, quarenta ou oitenta anos, o criador não conhece cansaço porque não pára de beber da fonte onde jorra toda a matéria para o novo. Um músico transporta para a música as experiências que ele viveu – assim também faz o escritor ou todo aquele que cria. Mas quem cria é quem está aberto às novas experiências - e por isso as suas obras podem exprimir cada sentimento vivido. Como cada gesto nosso é um acontecimento absolutamente inédito no universo, o criador faz de sua obra um estimulante para que os outros também participem ativamente da criação do universo... Uma humanidade que não cria, não pode resistir por muito mais tempo ao seu próprio cansaço.

Amaury Ferreira