sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Experimentando o olhar na evolução das redes ... animando grafos

Começando a gerar alguns experimentos que facilitem visualizar e se dar conta de como as redes produzem movimentos de sincronia, movimentos de remix de posições ao colocarmos em movimento as relações como se estabelecem no tempo.

A experiência abaixo é a partir dos dados da rede Univerciencia.org, uma rede de co-autoria entre pesquisadore que publicam em revistas da área da Ciência da Comunicação.


sábado, 17 de dezembro de 2011

Desdobramentos de conversas sobre as análises da Rede Conversê.org

No meio desse ano, comecei a avançar em experimentos mais concretos sobre algumas hipóteses de como estudar redes a partir de suas bases de dados. Lá em Durban, em julho, comecei a brincar com a base de dados da rede Conversê.org, uma ação fundamental que foi executada no âmbito do projeto Cultura Digital por gente querida na busca por ampliar os espaços coletivos e de conversação que existiam nos projetos culturais até então.

Experiência rica, intensa, o que só me motivou mais a querer trabalhar com ela. Comecei a construir um artigo que buscasse sintetizar alguns modos interessantes que eu gostaria de mostrar sobre como essa rede se desenvolveu ao longo de seu tempo de existência. Escolhi o formato de artigo por ser uma estrutura formal o suficiente para meu desejo de organizar as informações necessárias para obter o efeito que eu estava buscando naquele momento: menos discurso aberto, mais síntese de movimentos.

O artigo foi publicado essa semana na revista Em Questão, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A primeira coisa que fiz foi apresentar o resultado do trabalho para as redes Estúdio Livre e Metareciclagem, por onde ainda circulam várias pessoas que participaram da concepção, implantação e desenvolvimento do projeto Conversê. Meu desejo: conversar, ouvir comentários, críticas, ampliar minha capacidade de olhar para aquilo que tem me interessado nos últimos tempos.

Começou uma conversa muito interessante, puxada pela Fabi Borges e que vale relatar por aqui:

"fabi,

 tuas questões são um ponto chave...
 
2011/12/17 fabi borges <catadores@gmail.com>:

> pq esses usuarios nao mantiveram interesse?
> entra ahi um problema de design?
> ou ainda, por falta de "cultura" de colaboracao?
> Seria pq estava atrelada ao ESTADO e isso dava sensacao de que nao era
> horizontal de fato, que nao tinha poder de fato??--


de fato, são perguntas como essas que têm me movido a estudar as coisas desse modo.
escutei e escuto muitos discursos bonitos, floridos falando sobre redes, sobre projetos que eu participe e que, por experiência, eu sabia que o que aqueles discursos revelavam estava longe da minha percepção empírica das coisas.

mas, como demonstrar isso? com mais contra-discurso apenas, ficaria só mais uma versão da história. os gráficos e análise ajudam a embasar um pouco mais, apesar de não resolverem essas perguntas, como você bem colocou. dão um grau a mais para outras versões da história.

algumas hipóteses minhas:
  • não acho que seja problema de design;
  • não acho que seja falta de cultura de colaboração;
  • não acho que é pelo papel do "estado";
  • acho, e tenho buscado coletar, compilar, refletir sobre evidências mais fortes nesse sentido, que tem muito a ver com dois modos que podem se complementar de enxergar redes:
    • as redes auto-organizadas que emergem por si só: metareciclagem, é um exemplo disso. o contexto convoca, as pessoas se encontram pq que querem, por que sentem que ali encontra a força de uma conversa que não acontece em outro lugar. É como se uma certa vibra corresse no ar, instigando em diferentes modos a vontade de fazer algo que acaba se tornando num contexto de rede.
    • as redes construídas por projetos ou ações que visam promover coletivos e ampliar o potencial de auto-organização de grupos: esses são bem mais complexos, pois envolvem uma questão crucial pra mim: cuidado e afeto. Se as pessoas encontrarem em redes gente disposta a recebê-las, acolher de fato, conversar, responder, cuidar, demonstrar interesse verdadeiro (não a vontade de vender e fazer o ritual canibal marketeiro número 2), coisas muito interessantes podem acontecer. Mas, investir num processo desse demanda tempo, demanda muita, mas muita energia na vontade e disposição de conversar. Poucas redes que eu conheço se propuseram e conseguiram executar isso bem feito. Alguns exemplos, como a Rede Humaniza SUS, a rede Telecentros.br (os monitores de telecentros) caminham nessa vertente e dão boas pistas de como investir energia e inspiração nesse sentido.
  • Acho que a rede Conversê tentou ficar num misto disso, não fazendo nenhuma e nem outra. Mas, isso é só uma hipótese...

bjs,
dalton"

E assim segue a conversa...



terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Apresentando no III Seminário do programa de pós em Ciência da Informação na ECA/USP

Ano bom, ano forte. Muita mudança, novos pontos de vista, novas possibilidades, muitos deslocamentos de lugares já consolidados abrindo espaço para novas formas de se ver para tantos lugares já conhecidos.

Enfim, caminhos. E esse foi um ano de muito trabalho de análise, de síntese, de reflexão, de se recolher mais para pensar, de falar menos. Ontem, num importante momento de síntese, todos os colegas e companheiros que estão fazendo pós no mesmo programa que eu, na Ciência da Informação - ECA/USP, e qualificaram no ano de 2011, se reuniram num seminário para apresentarem o andamento de seus trabalhos de pesquisa, seja de mestrado ou doutorado.

Conversa boa, revendo gente amiga, compartilhando as preocupações, as inquietações, os modos de pensar, os modos de escrever. Fui pra lá também apresentar o andamento da tese, os primeiros resultados que consegui gerar a partir das últimas semanas em que trabalhei bastante num script php para extrair e organizar os dados da base de modo que me permita os cruzamentos necessários. Processo extremamente divertido, relembrando de muitos caminhos da programação, dos tipos de raciocínio, dos meios de chegar a um ponto.

Fica o registro da apresentação, fechando mais esse ciclo.