3 amigos.
Uma conversa.
O futsal e o boteco na Penha.
Um espaço de relações dizendo apenas das maneiras simples...
Construindo uma história de links e caminhos, de conexões e conversas, de sentidos e contextos...
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
5 meses - Rede de Formação - TelecentrosBR
Síntese de dados e modos de olhar para 5 meses de atuação da Rede de Formação no projeto Telecentros.BR. O melhor não são os dados e gráficos, mas sim as conversas que são disparadas entre o grupo da Rede sob os diversos olhares possíveis em relação aos dados e aos gráficos. Um processo muito rico na relação em rede.
Redes, redes, redes: modos de gerir e modos de formar
Tenho falado bastante nos últimos tempos sobre questões que facilitem e promovam processos colaborativos em rede. Tenho tido o costume de chamar isso de ativação de redes, um nome que me parece simples e que me ajuda a compreender o fazer redes como uma ação que pode ser proposta, construída e pensada na dimensão de um projeto.
Logo, refletir, pesquisar e documentar questões que sinto estarem relacionadas a princípios de ativação de redes tem sido uma constante nas caminhadas-ideantes por aí afora.
Uma das coisas que o projeto Telecentros.BR tem me trazido como campo experimental com muita intensidade nos últimos meses é a relação entre o quero chamar aqui de modos de formar e modos de gerir. Essa distinção tenho adotado a partir de um maravilhoso texto que li sobre processo de formação da turma da humanização da saúde.
Lá pelas tantas, eles citam algo a atenção e me fez colocar em perspectiva algumas tantas experiências dos últimos anos:
"O princípio que pretendemos discutir aqui se pauta na compreensão de que os processos de formação, os modos de cuidar e os modos de gerir são indissociáveis, ainda que sejam distintos."
A primeira reflexão que me surge é:
No entanto, esse fazer tem consequências, apresenta desafios de grande complexidade pois desloca a questão do produto que um grupo está se propondo a executar para o modo de gerir desse próprio grupo. Questão extremamente delicada pois atua diretamente nas relações de poder, de saberes e de papéis pelos quais este grupo se propõe a atuar.
E aí, chegamos num ponto fundamental que tem uma relação direta com a ideia de ativação de redes: o quão flexível é a proposta de atuação que temos para que de fato contemple a produção e construção coletiva de um modo de gerir ainda não previamente pensado, ou mesmo acordado?
Sinto que é nesse ponto que reside uma zona complexa de atuar, difícil mesmo de chegar, mas, que quando tratada como tema dos próprios processos formativos em que nos propomos atuar, o efeito é visceral. Abre dimensões fundamentais das relações humanas, ativa discussões de fundo que se relacionam com modos de ver o mundo, maneiras de compreender a própria vida e são disparadores de base de processos colaborativos, pois, sobretudo, quando novas propostas de modos gerir podem ser experimentadas, testadas e refletidas por um coletivo.
Há muito para se pesquisar nesse ponto, sem dúvida. Muitos problemas novos surgem, muitas questões ainda não colocadas vêm a tona e poucas respostas prontas são úteis nesse tipo de relação. Mas a aposta e, eu até ousaria dizer isso do que tenho vivido, é que essa é uma questão que facilita a produção de autonomia, a construção de redes e coletivos mais empoderados, com mais possibilidades e recursos para se auto-organizar, utilizando a rede como meio e modo de gerir. Aí, produzimos processos formativos que refletem suas questões de base e não apenas objetivos a serem atingidos estabelecidos por grupos que muito pouco têm a ver com a realidade daquele que idealizam em suas ações.
Logo, refletir, pesquisar e documentar questões que sinto estarem relacionadas a princípios de ativação de redes tem sido uma constante nas caminhadas-ideantes por aí afora.
Uma das coisas que o projeto Telecentros.BR tem me trazido como campo experimental com muita intensidade nos últimos meses é a relação entre o quero chamar aqui de modos de formar e modos de gerir. Essa distinção tenho adotado a partir de um maravilhoso texto que li sobre processo de formação da turma da humanização da saúde.
Lá pelas tantas, eles citam algo a atenção e me fez colocar em perspectiva algumas tantas experiências dos últimos anos:
"O princípio que pretendemos discutir aqui se pauta na compreensão de que os processos de formação, os modos de cuidar e os modos de gerir são indissociáveis, ainda que sejam distintos."
A primeira reflexão que me surge é:
- O quanto o modo como fazemos a gestão de nossos processos de trabalho e relacionamento está pautando o tipo de formação (de qualquer tipo de processo educativo, seja uma oficina, palestras, cursos, etc.) que estamos ofertando ao outro?
- O quanto consideramos essa questão como espaço de conversa e reflexão em nossa produção cotidiana?
No entanto, esse fazer tem consequências, apresenta desafios de grande complexidade pois desloca a questão do produto que um grupo está se propondo a executar para o modo de gerir desse próprio grupo. Questão extremamente delicada pois atua diretamente nas relações de poder, de saberes e de papéis pelos quais este grupo se propõe a atuar.
E aí, chegamos num ponto fundamental que tem uma relação direta com a ideia de ativação de redes: o quão flexível é a proposta de atuação que temos para que de fato contemple a produção e construção coletiva de um modo de gerir ainda não previamente pensado, ou mesmo acordado?
Sinto que é nesse ponto que reside uma zona complexa de atuar, difícil mesmo de chegar, mas, que quando tratada como tema dos próprios processos formativos em que nos propomos atuar, o efeito é visceral. Abre dimensões fundamentais das relações humanas, ativa discussões de fundo que se relacionam com modos de ver o mundo, maneiras de compreender a própria vida e são disparadores de base de processos colaborativos, pois, sobretudo, quando novas propostas de modos gerir podem ser experimentadas, testadas e refletidas por um coletivo.
Há muito para se pesquisar nesse ponto, sem dúvida. Muitos problemas novos surgem, muitas questões ainda não colocadas vêm a tona e poucas respostas prontas são úteis nesse tipo de relação. Mas a aposta e, eu até ousaria dizer isso do que tenho vivido, é que essa é uma questão que facilita a produção de autonomia, a construção de redes e coletivos mais empoderados, com mais possibilidades e recursos para se auto-organizar, utilizando a rede como meio e modo de gerir. Aí, produzimos processos formativos que refletem suas questões de base e não apenas objetivos a serem atingidos estabelecidos por grupos que muito pouco têm a ver com a realidade daquele que idealizam em suas ações.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
O Do-in Antropológico da aprendizagem em rede
Dia 01 de dezembro, estive com a Drica na Dobra para uma conversa sobre Redes Sociais e Aprendizagem.
Conversa boa, umas 20 pessoas presentes e algumas reflexões que ficaram na paralela até hoje, momento que encontrei um tempinho para poder refletir e documentar um pouco as ideias por aqui.
Muito se tem falado de aprendizagem em rede, comunidades de prática, redes de inovação, inteligência coletiva e um tanto de expressões que buscam tentar descrever coisas que me parecem muito semelhantes.
Hoje, aqui numa formação em Fortaleza, refletindo sobre isso com alguns companheiros, estávamos falando que, as vezes, a gente se esquece que toda essa conversa sobre Internet, redes e colaboração foi uma das melhores formas que encontramos de continuar tentando encontrar a própria autonomia, liberdade e capacidade de auto-organização.
Vejo que tem uma pista valiosa sobre muito dos tempos que vivemos nessa reflexão. A Internet encarna os paradoxos da liberdade e controle, sendo tanto uma coisa quanto a outra, apenas dependendo da mão de quem conecta. Aprendizagem, por si só, também pode estar relacionada a diferentes caminhos, a múltiplas formas de se ver o mundo, tanto libertárias quando controladoras, sendo eficazes o mesmo tanto, mais uma vez apenas dependendo do olhar de quem educa.
Mas, se quisermos usar a rede, apenas uma de suas possibilidades, para trabalharmos os desafiarmos de nos tornarmos mais autônomos e conseguirmos enfrentar para valer as dificuldades de produção de novas formas organizacionais, meu ponto é que aí avançamos para algo ainda em formação.
Não tem nada dado nesse caminho. Poucas experiências que realmente conseguiram sair das próprias questões de controle excessivo, das formas tradicionais/culturais de impor valores e da abertura de um poder centralizado. Mas, as que estão tentando, documentando, compartilhando, tirando muito da mística que se constrói em torno disso, tem produzido avanços muito interessantes no pensamento e na prática da produção de coletivos autônomos.
Acredito que o Do-in Antropológico tem muito a ver com isso, localizar o ponto de pressão da política de formação de grupos, localizar como aquela política busca se regular, quais são seus valores, suas práticas e, a partir disso, poder entender que tipo de ação em rede poderia de fato ocorrer, que tipo de coletivo se objetiva criar e que tipo de respaldo social temos para bancar os desafios dessa construção.
Muitos caminhos e projetos são possíveis, mas não ser ingênuo nesse momento e conseguir graduar o próprio olhar é um passo fundamental para regular expectativa e as próprias condições de possibilidade da ação.
Sim, sem dúvida podemos mudar formas e visões de como se fazem as coisas. Mas localizar esforços, saber quando entrar e quando sair e, sobretudo, se perguntar a quem mesmo estamos a serviço, me parece uma etapa fundamental no design de redes e de processos de aprendizagem.
Conversa boa, umas 20 pessoas presentes e algumas reflexões que ficaram na paralela até hoje, momento que encontrei um tempinho para poder refletir e documentar um pouco as ideias por aqui.
Muito se tem falado de aprendizagem em rede, comunidades de prática, redes de inovação, inteligência coletiva e um tanto de expressões que buscam tentar descrever coisas que me parecem muito semelhantes.
Hoje, aqui numa formação em Fortaleza, refletindo sobre isso com alguns companheiros, estávamos falando que, as vezes, a gente se esquece que toda essa conversa sobre Internet, redes e colaboração foi uma das melhores formas que encontramos de continuar tentando encontrar a própria autonomia, liberdade e capacidade de auto-organização.
Vejo que tem uma pista valiosa sobre muito dos tempos que vivemos nessa reflexão. A Internet encarna os paradoxos da liberdade e controle, sendo tanto uma coisa quanto a outra, apenas dependendo da mão de quem conecta. Aprendizagem, por si só, também pode estar relacionada a diferentes caminhos, a múltiplas formas de se ver o mundo, tanto libertárias quando controladoras, sendo eficazes o mesmo tanto, mais uma vez apenas dependendo do olhar de quem educa.
Mas, se quisermos usar a rede, apenas uma de suas possibilidades, para trabalharmos os desafiarmos de nos tornarmos mais autônomos e conseguirmos enfrentar para valer as dificuldades de produção de novas formas organizacionais, meu ponto é que aí avançamos para algo ainda em formação.
Não tem nada dado nesse caminho. Poucas experiências que realmente conseguiram sair das próprias questões de controle excessivo, das formas tradicionais/culturais de impor valores e da abertura de um poder centralizado. Mas, as que estão tentando, documentando, compartilhando, tirando muito da mística que se constrói em torno disso, tem produzido avanços muito interessantes no pensamento e na prática da produção de coletivos autônomos.
Acredito que o Do-in Antropológico tem muito a ver com isso, localizar o ponto de pressão da política de formação de grupos, localizar como aquela política busca se regular, quais são seus valores, suas práticas e, a partir disso, poder entender que tipo de ação em rede poderia de fato ocorrer, que tipo de coletivo se objetiva criar e que tipo de respaldo social temos para bancar os desafios dessa construção.
Muitos caminhos e projetos são possíveis, mas não ser ingênuo nesse momento e conseguir graduar o próprio olhar é um passo fundamental para regular expectativa e as próprias condições de possibilidade da ação.
Sim, sem dúvida podemos mudar formas e visões de como se fazem as coisas. Mas localizar esforços, saber quando entrar e quando sair e, sobretudo, se perguntar a quem mesmo estamos a serviço, me parece uma etapa fundamental no design de redes e de processos de aprendizagem.
Da série: meu tempo é quando
Foto linda.
reunião do conselho da rede de formação, telecentros.br, semana passada em brasília.
A forma como tudo tem acontecido, a maneira em que estamos nos propondo refletir juntos e criar um caminho próprio, tá muito refletido no tom dessa imagem, na entrega e confiança de algo que só é sendo.
reunião do conselho da rede de formação, telecentros.br, semana passada em brasília.
A forma como tudo tem acontecido, a maneira em que estamos nos propondo refletir juntos e criar um caminho próprio, tá muito refletido no tom dessa imagem, na entrega e confiança de algo que só é sendo.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Assinar:
Postagens (Atom)