sábado, 2 de outubro de 2010

Algumas anotações sobre uma possível Teoria de Campo Social

21 proposições de uma Teoria do Campo Social

1. Os sistemas sociais são “colocados em prática” ou “encenados” pelos seus membros em um contexto. (As demais proposições resultam destas)

2. O ponto cego das ciências sociais, dos sistemas sociais e da teoria de campo hoje em dia diz respeito às fontes nas quais os sistemas sociais têm origem.

3. Há quatro fontes de atenção na qual pode emergir a ação social:
a. Eu em mim;
b. Eu no objeto;
c. Eu em você;
d. Eu no agora.

4. As quatro fontes e estruturas de atenção dão origem a quatro diferentes fluxos ou campos de emergência. “Vejo dessa maneira, portanto, ele emerge daquela maneira”;

5. Os quatro campos de encenação da realidade social aplicam-se a todas as esferas de criação da realidade social:
a. Burocracias de máquinas centralizadas;
b. Estruturas divisionais descentralizadas;
c. Estruturas organizacionais em rede;
d. Estruturas de ecossistemas de inovação.

6. Os pontos de inflexão movendo-se de um campo para outro são idênticos em todos os níveis. Esses pontos constituem uma gramática social:
a. Abertura e suspensão (mente aberta);
b. Mergulho profundo e redirecionamento (coração aberto);
c. Deixe ir e deixe vir (vontade aberta).

7. Quanto maior a hipercomplexidade de um sistema, mais crítica é a capacidade para operar a partir dos campos mais profundos da emergência social;

8. A inovação profunda que trata os três tipos de complexidade exige um processo que integre três movimentos: abrir-se para contextos que importam (cossentir), conectar-se à fonte de quietude (copresencing) e prototipar o novo (cocriação);

9. Para acessar e ativar as fontes mais profundas dos campos sociais, três instrumentos devem ser ajustados ou “afinados”: a mente aberta, o coração aberto e a vontade aberta;

10. Abrir esses níveis mais profundos exige a superação de três barreiras: a voz do julgamento, a voz do cinismo e a voz do medo;

11. Cocriar exige um compromisso de servir o todo e a capacidade de reintegrar a inteligência da cabeça, do coração e das mãos;

12. Quanto maior o intervalo entre a complexidade sistêmica exterior e a capacidade interior de acessar os fluxos mais profundos de emergência, é mais provável que um sistema sairá dos trilhos e reverterá para um espaço destrutivo de anti-emergência;

13. O espaço social da anti-emergência é manifestado em um movimento reacionário conhecido como fundamentalismo;

14. O campo social é um todo em desenvolvimento que pode ser observado e experimentado pelas cinco dimensões. São elas: espaço social, tempo social, o coletivo, o eu e o espaço envolvente (terra);

15. À medida que um campo social se desenvolve e começa a incluir os mais profundos níveis e fluxos da emergência, a experiência de tempo, espaço, eu, coletivo e Terra funde-se por meio de um processo cultural de inversão;

16. A abertura das fontes e dos fluxos de emergência mais profundos inverte a relação entre o indivíduo e o coletivo;

17. A abertura das fontes mais profundas e dos campos de emergência transformam a relação entre o conhecedor e o conhecido;

18. O campo social é uma escultura de tempo na criação;

19. O desenvolvimento do campo social é uma função da ressonância mórfica sem escala;

20. O futuro de um sistema é uma função do campo a partir do qual escolhemos operar;

21. A força revolucionária neste século é o despertar de uma capacidade humana geradora profunda – o “eu no agora”.

Anotações da Teoria U, de Otto Scharmer.

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