quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Emergência de redes ou aprofundamento da política neoliberal? Abrindo novos espaços de pensar....

O encantamento e a sedução pela idéia de que a emergência de redes sociais baseadas na Internet representa um novo modo de transformação dos modos tradicionais de relação social parece ter tocado diretamente parte expressiva do modo como pesquisadores e ativistas entendem suas ações de intervenção nos domínios da cultura digital. Mas, outros modos de observar esses eventos, sem dúvida, são possíveis e necessários, sobretudo aqueles que buscam dar um passo ao lado e procuram contextualizar esses movimentos observando suas dimensões correlatas na política e na economia.


Questionar se de fato estamos vivendo o início de uma nova onda de possibilidades de livre expressão, cyberdemocracia, transparência e liberdade de relações parece ultrajante em determinados contextos. Mas, observando como tem se desenvolvido a apropriação sobre o que podemos chamar de trabalho imaterial como gerador de valor, principalmente por parte das grandes empresas voltadas para a Internet, como Google, Facebook e Yahoo, que utilizam seus potentes algoritmos para identificação de padrões e promoção de novos tipos de serviços, marketing e mesmo a criação de novos mercados de consumo do imaterial, temos portas abertas para enxergar outros movimentos e valores que impulsionam o próprio desenvolvimento da grande rede.

Como podemos obter evidências e aprofundar análises que permitam questionarmos essas tendências e observamos com mais cuidado os próprios movimentos que são impulsionados com o nome de liberdade da informação e que de fato alimentam grandes ilhas de dados que movem enormes negócios por todo o mundo? Como produzir dados e indicadores para analisar os próprios efeitos do isolamento e apropriação de dados e indicadores? É fundamental pesquisar e buscar traçar esse perfil, identificando movimentos de análise que permitam vincularmos tendências políticas, mudanças de mercado, indicadores econômicos e a própria análise dos fluxos e tendência de uso da Internet, levando a novas camadas de consistência analítica que nos permitem questionar os modos de fazer cultura digital nos tempos em que vivemos.

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