Tudo isso, às vezes, parece meio teórico demais, meio complexo demais. Nossa tendência habitual, é lançarmos mão dos métodos tradicionais pelos quais fomos educados para resolver os problemas complexos em que estamos envolvidos. É interessante notar que quando utilizamos esses métodos, acabamos por adotar alguns dos comportamentos abaixo:
- tentamos controlar o sistema e impor a nossa visão;
- perdemos a paciência e a confiança na sabedoria do coletivo;
- temos a tendência de achar que as outras pessoas estão pouco comprometidas e não têm a mesma "pegada" que nós temos;
- achamos que somos um dos poucos com capacidade para resolver o problema e que apenas precisamos que as outras pessoas aceitem nossa opinião de especialistas;
- ouvimos muito pouco as outras pessoas e passamos a maior parte do tempo buscando uma forma de melhor implantar a nossa própria solução;
- controle, controle, controle: passamos a inventar uma enorme quantidade de dispositivos de controle e regulatórios da comunidade, pois perdemos totalmente a crença de que ela têm inteligência e capacidade de se regular. A comunidade precisa de nós como alguém que é capaz de salvar o coletivo.
- ativamos uma série de padrões controladores e acabam por enquadras as pessoas numa visão que aproveita muito pouco a potência do coletivo, gerando uma dependência dele em relação a poucas pessoas que são os especialistas da área.
Para isso, ainda lendo o livro do Adam kahane, que tenho gostado demais e têm sido um excelente instrumento de auto-avaliação nesse momento, achei essas dicas, simples, preciosas e de um grande desafio para serem implementadas no dia-a-dia:
Como resolver problemas complexos:
1. Preste atenção ao seu estado de ser e a como você conversa e ouve.
Observe suas próprias premissas, reações, contrações, ansiedades, preconceitos e projeções.
2. Manifeste-se.
Observe e diga o que está pensando, sentindo e desejando.
3. Lembre-se de que você não conhece a verdade a cerca de nada.
Quando você pensa que está absolutamente certo sobre como são as coisas, acrescente "na minha opinião" à sua frase. Não se leve tão a sério.
4. Junte-se aos que têm um interesse no sistema ouça-os.
Procure pessoas que tenham outras perspectivas, até mesmo opostas às suas. Vá além da sua zona de conforto.
5. Reflita sobre o seu próprio papel no sistema.
Examine até que ponto você faz ou deixa de fazer está contribuindo para que as coisas estejam como estão.
6. Ouça com empatia.
Olhe para o sistema com os olhos do outro. Imagine-se no lugar do outro.
7. Ouça o que é dito não apenas por você mesmo e pelos outros, mas também através e por intermédio de todos vocês.
Ouça o que está emergindo no sistema como um todo. Ouça com o coração. Fale a partir do coração.
8. Pare de falar.
Acampe ao lado das questões e deixe que as respostas venham até você.
9. Relaxe e esteja totalmente presente.
Abra sua mente, coração e vontade. Abra-se para ser tocado e transformado.
10. Experimente essas sugestões e veja o que acontece.
Perceba as mudanças na sua relação com os outros, consigo mesmo e com o mundo. Continue praticando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário