Lendo um livro bastante interessante em cases e exemplos de alguém que vem aplicando soluções sistêmicas em seus projetos, Adam Kahane - "Como resolver problemas complexos", cita os 3 fatores que compõem um problema que podemos chamar de complexo.
Vejamos quais são:
1. Complexidade dinâmica: quando a relação entre causa e efeito são distantes no tempo e no espaço;
2. Complexidade generativa: quando as respostas que foram encontradas no passado não servem como base para se projetar o futuro, devido a grande multiplicidade de fatores que interferem na situação atual;
3. Complexidade social: quando as diversas pessoas envolvidas na questão possuem uma visão diferente e não compartilham das mesmas possibilidades de solução.
No momento em bati nessas idéias, ficou claro pra mim a conexão entre isso e o que estamos fazendo quando montamos um projeto de ativação de redes sociais. O grande desafio dessa história é criar processos, criar estruturas de trabalho que possam operar considerando esses 3 fatores de complexidade na resolução de um determinado problema, ou seja, criar um certo tipo de contorno para os projetos em que o nosso fazer não interfira de forma a buscar reduzir a complexidade do problema na ansiedade de encontrarmos a solução ideal, eficaz e rentável.
Nos projetos que já atuei e estou atuando nesse momento, fica claro para mim que os que deram mais certo foram os que respeitaram essas 3 complexidades e que propuseram formas de ativar uma rede a partir de ferramentas que ajudassem a organizar e sistematizar a complexidade, não reduzí-la ou mesmo propor ações de interferência que partissem de uma visão de comando, controle e hierárquica.
Vejo um grande achado aqui: considerarmos as complexidades dinâmica, generativa e social no design de qualquer problema complexo que formos operar, de forma a entendermos que ativar uma rede social é ativar um certo padrão de organização entre pessoas que inclui em sua própria gênese a possibilidade da complexidade do problema se tornar emergência de novos padrões e não falta de controle e organização improdutiva.
Dessa maneira, usarmos as tecnologias sociais de conversação, como o World Cafe, Open Space, Investigação Apreciativa, Aquário para pensarmos no uso das tecnologias digitais em nosso viver, conviver e fazer coletivo é uma maneira de atuarmos respeitando a possibilidade de emergência do sistema em sua própria concepção e apropriação.
Vejo que o caminho do design da ativação está ficando um pouco mais claro...
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