quarta-feira, 13 de junho de 2012

Apresentando sobre dinâmica de evolução de revistas científicas e bibliotecas digitais no 3º Simpósio Brasileiro de Comunicação Científica na Universidade Federal de Santa Catarina

Semana passada estive na Universidade Federal de Santa Catarina, no campus de Florianópolis, para participar do 3º Simpósio Brasileiro de Comunicação Científica. O evento faz parte das ações de pesquisa do programa de pós-graduação em Ciência da Informação e trouxe como temática do encontro a questão do acesso aberto.

Tema bom de conversar e ainda com muito, mas muito para ser feito em termos de tecnologia, pesquisa e, sobretudo, entendimento humano do assunto. Como tenho feito já a um tempo, estou participando de eventos desse tipo, enviando trabalhos do doutorado, como estratégia para conhecer melhor a área da CI no Brasil, o que tem sido feito, quem está atuando e construir melhores formas de me inserir também nesse contexto.


Alguns bons temas foram discutidos por lá nos dois dias do evento. Vou resumir aqui o que considero como as principais contribuições para o debate e onde acho que temos bastante espaço para experimentar bons processos de relação:



  • Banco Mundial e Unesco agora possuem diretrizes institucionais de promoção a seus repositórios em acesso aberto, seguindo os padrões da OAI.
  • A União Européia finalizou recentemente um projeto chamado PEER - Publishing and the ecology of european research. O projeto se propunha a investigar os efeitos causados pela publicação sistemática de artigos científicos revisados pelos pares do ponto de vista dos leitores, dos journals assim como em toda a ecologia da pesquisa na união européia. Diversos materiais interessantes foram gerados ao longo de 4 anos de trabalho.
  • Pesquisadores americanos têm criado alguns manifestos sobre a abertura integral e de acesso aberto aos resultados das pesquisas que foram financiadas pelo governo. Bom debate rolando aqui.
  • Para novos processos, novos modos de dar visibilidade sempre são uma etapa que ajudam e muito a conseguirmos avança na consolidação de novas ideias. A PLOS (Public Library of Science) tem se proposto a construir e experimentar novos indicadores que busquem avançar nas limitações de avaliação que hoje existem quando utilizamos apenas o fator de impacto. O Article level metrics é uma iniciativa fundamental para esse debate. A ideia aqui por detrás é mostrar como temos a necessidade de trabalhar de forma multidimensional para construir sistemas de avaliação de impacto que expandam as nossas limitações de olhar do que é hoje considerado uma boa pesquisa científica. Trabalham com as seguintes dimensões e suas possíveis integrações: usage, citations, social bookmarking and dissemination activity, media and blog coverage, discussion activity and ratings.
  • O projeto total-impact.org é uma iniciativa que permite criarmos uma coleção de objetos de pesquisa que desejamos rastrear e avaliar ao mesmo seu impacto na comunidade acadêmica. Permite criar coleções de artigos, dados, gráficos, entre outros e avaliar como eles são apropriados em diferentes dimensões. Muito útil.
  • Um livro interessante sobre os "novos colégios invisíveis" foi comentando como uma boa tentativa de mostrar como a ciência, a dinâmica da pesquisa e os fluxos de redes têm mudado nos últimos anos no mundo todo. 
  • Nas apresentações de trabalho, deu para sentir as primeiras conversas sobre curadoria digital de dados, sobretudo num projeto que foi ali apresentado, do Digital Curation Centre. É um projeto do Governo inglês que visa auxiliar suas universidades e instituições de pesquisa a promoverem processos de curadoria de seus dados digitais, ou seja, arquivarem dados brutos de pesquisa e não somente aqueles que já foram processados e se tornaram relatórios, artigos ou outros tipos de trabalhos. Outro debate fundamental: onde publicar os dados brutos da minha pesquisa? O quanto eles não poderiam alimentar de ideias e possibilidades de experimentação outros pesquisadores que tivessem interesses semelhantes aos meus? O quanto isso não poderia favorecer a melhor circulação de nossas próprias ideias?
  • Sobre ferramentas, duas delas foram bem lembradas para análise de padrões complexos em dados de produção científica: Citespace e Sci2.

 Abaixo, segue a apresentação que fiz no Simpósio e o link do artigo apresentado.




E no final, até um show Hare Krishna com distribuição de comida vegana rolou! Bom encontro!



Um comentário:

Anônimo disse...

Dalton, muito bacanas as referências de seu post! Abração, Paula (EE97)