O evento já é um dos tradicionais aqui no Brasil voltado para discussões envolvendo as várias facetas de sistemas de informação, desde tecnologia até modos de uso e sentidos de apropriação. Confesso que fui bastante despreocupado em relação ao que esperar. Assim, normalmente, é mais fácil.
Resolvi passar a quinta-feira por lá. Apresentei meu trabalho logo após o almoço. Estava inscrito na área de Ciência da Informação, junto com outros trabalhos sobre repositórios digitais e interfaces da Ciência da informação com outras áreas do conhecimento. Os trabalhos na sessão em que apresentei eram bastante heterogêneos, sendo um primeiro focado na tecnologia de base do protocolo OAI-PMH, que também utilizo como um dos fundamentos tecnológicos do que viabiliza minha tese no sentido de transporte e circulação de metadados e um outro trabalho de cunho bastante teórico, mais voltado para pensar nos múltiplos usos que conceitos das ciências cognitivas fazem interface com a ciência da informação e formas de mapeamento dessas conexões. Por fim, tinha meu trabalho, sendo as primeiras reflexões mais aplicadas da minha tese, buscando mostrar como bibliotecas digitais federadas podem criar importantes e expressivos repositórios de informação que viabilizam pesquisas na área da bibliometria, infometria e webometria em outro nível de escala e qualidade. Temas interessantes, mas com pouco contato. Não houve muito debate e seguimos adiante. De qualquer forma, deixo aqui abaixo o material que apresentei por lá e que já começa a levantar alguns resultados iniciais de por onde ando pesquisando nos últimos tempos...
Open Archive Initiatives and Federated Information Systems: fundamentals of information architecture for data analysis from the portal of scientific literature in Communication Sciences Univerciencia.org
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Depois, fui convidado para moderar uma mesa com o tema "Gestão de Sistemas de Informação". Enfim, tava esperando algo mais abstrato ainda, dado que nesse tema muita coisa poderia caber. Mas, me surpreendi, de fato. Pessoas bastante interessantes acabaram reunidas na sala, com trabalhos que abriram boas conversas entre si e bons caminhos de reflexão sobre modos de uso da informação, modelagem de dados, mineração e o uso da teoria de agentes de software para o gerenciamento de eventos em ambientes complexos, um dos temas que gosto bastante desde a época da Unicamp. A discussão que mais pegou foi sobre modelagem conceitual de banco de dados, dados multidimensionais e o famoso problema do minimundo.
O que modelamos é a realidade, o que vemos ou algum tipo de interface no meio disso tudo? E quando isso vira sistema de informação? Como garantir que funcione, seja flexível e ainda assim estruturado? Que dilemas precisamos cuidar? Interessante demais ver como gente bastante focada na ciência da computação em seu aspecto mais duro tem tentado responder a essas coisas. O foco vem e vai e acabamos voltados para os espaços de conversação e as múltiplas formas como surgem o pensamento humano. Divertido e bom pra pensar.
Bons trabalhos sobre BI e mineração de dados, uma área que tenho flertado mais nos últimos tempos, sobretudo pela possibilidade e potencialidade que oferece na síntese e visualização de informação complexa, ainda mais quando utilizado em conjunto com a análise de redes sociais.
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