De um momento para o
outro, um estalo
Parado, me deito,
quieto, atento ao som que pulsa
E começo a me
despir das cores e vozes do mundo.
As impressões são
mais fáceis
Leves tremores da
epiderme bastam, trepidam e se vão.
Preconceitos são
resistentes, se escondem pelas juntas
E se rebocam pelos
fluídos da respiração noturna
Já dão mais
trabalho e demandam raspagem cutânea
Feito talhadeira
atenta aos detalhes de cada batida.
O pior são as
verdades
Imutáveis
estruturas ósseas
Sustentam a carne
que se move
E me lembram da
existência a cada traço de cotidiano.
Demandam outra forma
de nudez
Daquela que trança
os sentidos
Recriando formas,
passagens e os meios
Dissolvidas pela
angústia...
… de escutar as
próprias palavras nascidas do silêncio.
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