O querer
Da angústia, já não mais procuro fuga
Procuro por onde os dedos possam tocar
E desenhar entradas ao convite do silêncio
Aguardando cessarem mundos sem fim.
E cessam versões de uma história
E seus seguidores, assim silenciados,
Já não mais disputam o sentido da verdade
E então começam a ouvir estranhos rumores,
Sons desconhecidos e cores inventadas sem memória.
Procuram pela terra a origem dos tremores
Vasculham no céu o caminho dos ventos
Mas nada encontram que lhes forneça uma pista sequer.
Desorientados, dançam,
E dançando inventam caminhos,
Produzem palavras e tecem o novo mito
Um novo ritmo a seguir dissipado na multidão dos valores comuns.
Mas, há os que se negam a seguir,
E há os que, desorientados, se negam a dançar
Insistem e permanecem ali, diante do silêncio
Instalados na abertura, de frente ao nada.
Senhores do tempo, amedrontados e resistentes,
Aguardam surgirem traços de sinais
O pulso invariável do momento seguinte
Onde assim, despidos, finalmente se encontram com seu próprio querer.
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