Já chega o tempo em que não habito mais aquele que fui
Do sentido ao instante das palavras, algo já não mais resiste
Rompe o pacto de seguir como escolha possível
E me lança por entre ramas entrelaçadas de espaços.
Não se trata de algo que se anuncia,
Se contempla a chegada ou partida
Nem tampouco versões de uma mesma história
Contada e recontada como as lendas de um povo.
Dos espaços, apenas se enxergam aberturas
Passagens secretas sem entradas ou saídas
Possibilidades revelando as portas de um mistério
Apenas à espera da ousadia de serem percebidas.
E assim, se percebe que nem tudo como antes
Que as travessias todas são medidas pelo tamanho de um agora
Onde me permito leveza de ar sem saber propriamente os rumos da corrente
Fonte de todas as formas, todos os fluxos, todos os tempos.
E ali, postado feito vento, seco, rasteiro
Algo morre e se desfaz em ventania
Libertando tudo aquilo que não se conhecia a se tornar presente
Súbita manifestação sincera de um outro modo de ser.
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