Quanto em ti, antigo hábito de ser, me reconheço outro
Percorre em mim o caminho dos vínculos
A rota traçada entre os meios do tempo
E amanheço de súbito, pleno de possibilidades.
Mas, me esqueço por inteiro
Desapareço o nexo, inverto o passo
Mudo de ideia, silencio quando falo
Insustentável sorriso à espera de um quando.
Não resisto e nem sustento um estado de ver
Apenas sou. Levado, recortado, fatiado.
Entremeiado de fluxos e de esperas
Me entrego a tudo o que em mim pede passagem.
Me espanto com aquilo que silencia
E procuro seus sentidos por entre os becos de minha angústia
Mas nada mais sustenta minha posse de mim mesmo
E assim, nú de caminhos, sigo trechos de uma outra história.
Mas, mesmo ali, rebento no mundo,
Reconheço o brilho do menino
O traço de retina por onde me dobro pelo avesso
E escuto, ainda que longe, a velha demanda descoberta.
Ligeiro, travesso, rodeado de traços
Ele me lembra da liberdade das formas
Me desafia, me inventa, me pede atenção
Ao tempo do cuidado das forças de criar.
E cria mundos, horizontes de chegada
E me inventa em histórias
Contadas ao sabor das próprias palavras
Onde ali, insuspeito, renasço feito um posseiro...
... dos espaços de minha alma.
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