quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Cinco princípios para constuir um sistema que aprende

Ontem, fui na palestra do prof. Nelson sobre complexidade no Masp. Palestra bastante densa de conceitos, síntese de uma série de pensamentos que recheiam o imaginário popular ultimamente. Ele traz uma visão mais científica e aplicada dos conceitos, indo mais a fundo e saindo de uma compreensão superficial que acaba por invalidar o uso cotidiano que muita gente faz disso. Questionável a visão dele, mas interessante como referência.

No entanto, ele trouxe de volta alguns conceitos bem bacanas do Steven Johnson sobre sistemas que aprendem. Quero comentar isso um pouco abaixo na relação que vejo desses princípios com o que estamos fazendo em relação aos processos de ativação de Redes Sociais.


5 princípios fundamentais para construir um sistema que aprende a partir de um nível mais baixo com regras locais (S. Johnson):

- massa crítica de agentes:

a quantidade de membros de uma rede faz toda a diferença em relação a capacidade de inovação e aprendizagem da mesma. Poucos membros pode manter o sistema incapaz de dar conta do seu próprio sentido, gente demais pode tornar o fluxo de comunicação muito difícil de lidar. certamente, para cada sistema que se pense, deve haver um ponto de virada em relação a capacidade de conversação das estruturas.

- as partes dos sistemas emergentes não devem ser excessivamente complicadas:
princípio fundamental. usar formas simples, meios simples de abrir espaços de conversação que permitam a aprendizagem. Quanto menos tecnologia meio for necessária, melhor. Quanto mais direto, mais simples a interface, melhor.


- interações aleatórias são desejáveis:
Abrir espaços de conversação que não sejam dirigidos a tipos de conversação específicas é um ponto importante. Abrir espaço significa literalmente deixar fluir energia pelo sistema dentro dos contornos que esses espaços permitam.


- os agentes do sistema devem ser dotados de habilidade para detectar padrões:
Esse é um aspecto que quero ressaltar, pois considero que tem muito a ver com o tipo de dobra, conceito de antropologia visual, que queremos usar quando vamos desenhar um processo de ativação de rede. Criar meios para que os agentes possam se ver, se reconhecer e observar padrões a partir desses meios é um detalhe que pode fazer toda a diferença no sentido de como esse sistema vai evoluir. Para isso, usar técnicas como sociogramas, vídeos, toalhas dos cafés, mapas de território, enfim, criar unidades que permitam o sistema se ver. Para isso, usar as tecnologias de conversação na produção dos sentidos coletivos e de análise das redes na visualização dos fluxos de interação é um ponto fundamental a considerarmos em nossa experiência.

- os agentes do sistema devem estar dotados de capacidade para interagir com vizinhos:
Princípio do que fazemos: conhecer o outro, descobrir seus rastros pela rede.

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