domingo, 25 de outubro de 2009

Conexão, complexidade e evolução de sistemas

Existe um conceito fundamental da complexidade de sistemas que considero chave para podermos entender o período que vivemos e os desafios de compreendermos as redes: quanto mais um sistema cresce em conexões, mais informação ele é capaz de gerar e, quanto mais informação e mais conexões, maior a capacidade de síntese e de evolução do sistema.

Separei alguns trechos interessantes para ajudar a entender melhor esse princípio:

"a evolução do cosmos se dá através de sínteses progressivas. A cada nível mais elaborado de elementos, componentes, órgãos, ações, sistemas encontra-se um maior grau de complexidade, o que requer uma forma mais sofisticada e poderosa de organização." Fonte: TVEBrasil 

 A idéia básica é que a ampliação do potencial de conexões entre as pessoas através do uso de ambientes de redes sociais cria estruturas mais complexas e que, em tese, levarão a formas mais sofisticadas de organização. 
 O que fica evidente que podemos visualizar isso?


  1.  o conceito de direitos autoriais;
  2. a necessidade de reorganização da indústria da música tradicional, com a mudança do modelo de negócios de venda de CDs para outros formatos possíveis, devido a grande troca de informação digital;
  3. a mudança dos Jornais impressos, com a perda de lucro de anúncios e redução vendas, principalmente devido aos ambientes online para produção e circulação, além dos anúncios Web;
  4. a produção de software;
  5. o que chamamos de comunidades online. 
    O que mais me intriga é: quais formas de organização estamos sinalizando a partir disso?
    Que tipo de conhecimentos são fundamentais para a ampliação de nosso nível de complexidade social com o grande aumento de nossas conexões e produção de informação?


 Muitas de nossas principais questões deixaram de ser locais, regionais e passaram a ser de âmbito global.  Dinâmicas de relações baseadas no controle, na hierarquia, no comando tendem a funcionar cada vez menos, exatamente pelo aumento exponencial do número de conexões que envolvem os sistemas que administramos, que criamos e que ativamos em nosso fazer cotidiano.

 Uma boa pista de para onde ir e como ir se encontra no texto que cito acima:

Não se fazem transições civilizatórias sem se examinar mitos e crenças arraigados que nos foram ensinados como verdades absolutas e como representações fiéis do que somos e do que é o mundo. Uma ciência livre de seus próprios mitos, e liberta das amarras do poder de dominação, tem um papel importante a desempenhar. Bem como as artes no treinamento da sensibilidade, no exercício da imaginação e na prática do transformar o mais rudimentar no mais refinado e harmônico. As disciplinas espirituais com suas tecnologias de aprendizagem mais profundas e integradoras com suas potentes podem dar base a uma nova educação.

2 comentários:

Léo Nascimento disse...

Estive assistindo recentemente o seriado Cosmos, de Carl Sagan, nos primeiros episódios, onde ele explica a tese Darwinista de evolução onde, logo no início da vida, através da multiplicação, as células criavam estruturas mais complexas e posteriormente, especializadas em uma determinada função. Lembrei disso logo que li a primeira parte do texto.
Vejo que existe alguma semelhança, o processo se repete de uma forma mais "sofisticada", ou seria pura coincidência? - não creio.
Me parece que a natureza tem uma receita muito boa para fazer-se evoluir.

Dalton Martins disse...

Léo, com certeza.

O conceito de evolução na biologia está muito, mas muito próximo de conexão.

A natureza certamente intui isso em seus atos, em suas conexões e, sobretudo, na forma harmoniosa que ela conduz seu próprio processo.