sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Mandala, redes sociais e o zeitgeist

Segundo a Wikipedia, mandala é:

"Mandala é a palavra sânscrita que significa círculo, uma representação geométrica da dinâmica relação entre o homem e o cosmo. De fato, toda mandala é a exposição plástica e visual do retorno à unidade pela delimitação de um espaço sagrado e atualização de um tempo divino."




O que me chama atenção nessa definição é ela pontuar a mandala como algo que busca apontar, busca facilitar a visualização da dinâmica de relação entre o homem e o cosmo. Vejo essa dinâmica dentro de uma mandala como se fosse uma troca de eixo, uma conexão de elementos co-dependentes, que só fazem sentidos enquanto dispostos na conexão.

 Há diversas formas de representação de mandalas, há diversas simbologias conectadas, intuídas e que circulam pelo espaço de representação do símbólico ativando os imaginários coletivos das redes por onde circulamos. A mandala é também uma forma de organização do conhecimento, desse conhecimento dinâmico de troca de eixo, dessa dinâmica de conexão que nos leva a outros níveis de inteligência, de consciência e de capacidade de compreensão do mundo que vivemos e ajudamos a construir através do compartilhar de imaginários.

Ocorre que esse processo de organização do conhecimento também diz respeito diretamente a como uma sociedade se organiza. Essa idéia me ficou mais evidente numa bela citação do Willian Thompson, no livro Gaia - Uma teoria do conhecimento:

"a organização do conhecimento e a organização da sociedade derivam de uma única exteriorização da consciência, uma única zeitgeist."

De uma certa forma, a mandala é uma tecnologia de organização do conhecimento e que permite acessar um processo dinâmico de conexão a partir da complementaridade de seus eixos. Então, essa tecnologia acaba refletindo a organização das sociedades que as produziram, uma forma de simbolizar, expressar a consciência a respeito de seu tempo.

 O que expressa esse tempo é uma certa forma comum, compartilhada, de ver, de sentir, de expressar esse mesmo processo dinâmico de conexão que a mandala nos ajuda enquanto tecnologia. É o tal zeitgeist:




"O Zeitgeist significa, em suma, o conjunto do clima intelectual e cultural do mundo, numa certa época, ou as características genéricas de um determinado período de tempo."

Fiquei pensando nisso...

 Não seriam os sociogramas formas de mandalas desse tempo?



O quanto nos organizarmos em rede afeta a nossa capacidade de organização do conhecimento e, por sua vez, a nossa capacidade de organização como sociedade?

O quanto essas imagens ativam imaginários e expandem percepções?

É?

na pesquisa....

Um comentário:

Anônimo disse...

"Todo simbolo é verdadeiramente um representação de uma energia, um canal por onde ela pode ser reconectada, seja por lembranças ou de fato mecanicamente (Uma Chave). As antigas representações de mandalas feitas em areia, demonstram que apesar do ritmo, seus movimentos são dinamicos, logo nosso apego pelas mandalas fixas, primordialmente é esquizofrenico, pois uma mandala fixa é uma mandala desconectada de sua origem, toda mandala está em movimento, por isso eram feitas durante dias em areias coloridas e logo desmanchadas em poucos segundos aos pés dos monjes que a materializaram, demonstrando o desapego a forma, e confirmando a firmeza ao fluxo!"