domingo, 18 de novembro de 2012

Jogos de a(r)mar

Da parte que te quer
Metade te quer inteira
Face de outra história
Onde te invento de repente.

Ideia rasteira
Súbita memória
Lembrança do querer
Traço de mim.

Viro página
Rebusco livro
Reencontro verso
Desejo de sim.

Abro mala
Dobro gaveta
Despeço visão
E aguardo, ainda atento.

A outra parte sorri
Brincando de razão
Virando sentimento
Do inverso de si.

Mais, pra quê?
Daqui onde assisto
Vejo a parte que quer
Inventando resistência
Pra ocupar a que não quer
Que se ocupa do argumento do querer

Que já nem liga pro fundamento da existência
Pro sentido do passeio
De passagem devaneio
Nascido por entre olhares de admiração e respeito.

E assim, satisfeito, sigo brincando
De te descobrir de novo
Desenhada na íris refletida
De uma memória de passagem.

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