quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Mediações

Ainda há em mim um gemido de espaço
Uma busca sem pergunta
Ou necessidade de resposta

Um olhar que vasculha o vir a ser
Em estado de espera
Aguardando repousarem memórias futuras
Por entre vitrais refletindo possibilidades.

Mas ainda há mais.
Há uma busca de sentindo que transborda palavras
Enveredadas em labirintos nascidos dos limites
Daquilo que tudo que ainda jamais ousei!

Recusa de um lugar na fileira
Dos que já sabem e defendem a verdade
Meu não-dito ainda reflete o espanto
De se deparar consigo mesmo por entre
                           fontes de águas desconhecidas.

E como se já não fosse o excesso
Há ainda mais.

Há o desejo do encontro
Da provocação do que desloca o traço que fixei
Do comum que experimenta e se descobre em próprio ato
Do reinventar-se como prática de si em plena fome que não cessa de mover
Do sentir liberto, presente apenas na verdade do convocar-se a estar ali.

Há o desejo da roda
O que gira, gira junto
Batuque de mão, movimento de perna
O que gira, roda gira
Palavra de centro, olho no olho.

O que gira, ainda ensimesmado, ainda gira aqui
Dentro de mim.

Nenhum comentário: