Ambiente gostoso, lugar desconhecido com cheiro de conhecido, clima quente, boas caminhadas, reflexões e boas conversas. Tem sido muito interessante para mim essa andança que tenho feito a partir do começo desse ano, indo a outras universidades, conhecer pessoas, apresentar e assistir apresentações de trabalhos de gente que está estudando e buscando se tornar um pesquisador assim como eu.
O caminho da pesquisa é fascinante por muitas razões. Mas, sobretudo, o que tem mais me atraído é a possibilidade do "livre" pensar, para quem quer e está disposto a se articular para isso. Conhecer pessoas, construir ideias, imaginar desenhos e contornos de possibilidades, conseguir tempo para experimentar e atuar a partir de outras demandas de tempo é algo singular e muito raro. A qualidade do trabalho muda, o olhar se afina para coisas que antes não pareciam fazer sentido, os fundamentos do pensamento são colocados em questão e novas janelas se abrem a partir de cada encontro.
O fundamental é se permitir a isso, se livrando de preconceitos e outros valores que podem na verdade criar níveis de engessamento que acabam te impedindo de ouvir o outro e conhecer sua perspectiva sobre um trabalho. Seja dentro da universidade ou fora, nos movimentos ativistas, políticos ou qualquer que seja, gente é gente, curiosidade é curiosidade e, sobretudo, liberdade é liberdade. Mentes livres que não precisam de contornos prévios para se definir. Elas partem do exato ponto onde estão e produzem um mundo novo em qualquer brecha que visualizam.
Frutos de conversas... Mas, apresentei o trabalho abaixo por lá.
IV SECIN - Paradigma da pesquisa em análise de redes sociais: usos e possibilidades para a Ciência da Informação no Brasil
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Na conversa final, numa boa apresentação da turma por lá, fizemos algumas passagens interessantes buscando entender como uma área ainda tão pequena como a Ciência da Informação poderia agregar tanta gente de outros campos, espaços e experiências de pesquisa/trabalho.
É fato que a Ciência da Informação é um espaço muito pouco definido. Por isso, tão interessante. Sendo Ciências Sociais Aplicadas, como formalmente é pensada, acaba agregando gente que vêm das engenharias, exatas, filosofia, comunicação, e por aí vai. Um campo/espaço de conversa, lugar mal formado em passo de se formar, espaço aberto para construções de referências, pensamentos e modos de olhar para as coisas ainda livres de julgo pré-definido com o rigor do pensamento "real". Realidade em trânsito, em modos de transitar, em meios de caminhar, espaços para serem preenchidos.
Delícia de local, habitar o "entre" de vários outros locais. Ativador de imaginários, o que tem sido fundamental em tempos de transições de modos de olhar, pensar e agir.
É fato que a realidade é mágica, que pode ser construída de relance, no trânsito do pensamento em movimento de pensar. A informação é "objeto" livre de definição, objeto surgido com o objetivo de estar num sempre vir a ser definição. Metáfora interessante, útil como disparador de novos sentidos que se prestam a dissolver sentidos. Brincadeiras contínuas de modos de pensar.
Enfim... muito foi disparado nessa conversa de ontem a tarde. Feliz de ter participado e ver esse tipo de papo acontecer em locais que jamais imaginaria encontrar esse tipo de interface. Ainda só começando... ;-)