quinta-feira, 6 de maio de 2010

por dentro dos olhos

O dar-se conta, o revelar-se é quase como um ato de dar um passo ao lado e observar como estávamos nos relacionando com algo coisificado que apenas existia dentro de nós.

Sim, a rede se faz permamente, é o próprio corpo, é a própria forma dinâmica de ser, fazer consciência do fluir do meu viver.

As necessidades do marketing criam objetos, coisas a partir das quais passamos a nos relacionar, a pensar e o foco de nossa atenção vai para isso. Ao coisificar é como se a rede de crenças e desejos fosse projetada em algo. Algo a partir do qual construímos nossas identidades.

E isso se torna objeto de manipulação pelo capital, pois o capital incorpora as projeções em seu fluxo financeiro ao conseguir precificar os aspectos mais sutis de nosso próprio pensamento.

A voz humana some na coisificação, pois passamos a não ver o outro como legítimo outro, apenas como uma estrutura, um valor que responde melhor ou não aos meus anseios.

Quando um mapeamento serve como uma espécie de enlace, como algo que dobra por dentro das conversações apenas como um instrumento que nos ajude a ampliar o espaço de conversa sobre nós mesmos, talvez possamos sair da coisificação. Talvez possamos nos dar conta dos rumos da linguagem, de como fazemos o que fazemos.

O mapeamento é apenas um dispositivo intermediário, não tem um fim em si mesmo.
Serve como instrumento de contato, para logo ser descartado.
É como uma charge dentro do Roda Viva, é como um quadro por dentro dos monstros: serve para conversar com eles, para dar o passo ao lado e dar-se conta.

A transformação ocorre quando se dissolve a coisificação.
Sim, estamos buscando alargar as brechas, as brechas da conversa, da reflexão...

Um comentário:

Ronaldo disse...

Putz, dar-se conta! É isso!

Mapeamentos, visualizaçoes, são ferramentas que dependendo da forma que forem utilizadas, nos ajudam a dar-se conta de como fazemos o que estamos fazendo :-)

boa!!