terça-feira, 18 de maio de 2010

Sobre os fundamentos das redes livres

Outro dia, tava ouvindo de um desses manos que respeito deveras de várias estradas me contando que, na visão dele, o MetaReciclagem era algo incrível. Uma das poucas listas, grupos ou sei lá o que, que ele viu sobreviver tantos anos com o vigor de atividade ao longo do tempo. Aí, me disse que parou para refletir nisso, pois ele queria perceber qual ou quais elementos convergiam para isso. A sacada que ele teve foi: ninguém nunca conseguiu definir metareciclagem, sempre que tentam, alguém vem, diz outra coisa e aquilo tudo gira de novo numa sensação curiosa de incompreensão, afastando alguns, aproximando outros... Uma dança, um ritmo de vai e vem, mas uma sensação de algo interessante ainda continua habitando esse espaço.

 Parei para pensar no que ele me disse. Pode ser que seja isso, pode ser não. Não faz tanta diferença assim, mas ainda acho bonito ver um conceito que num é conceito e que se dobra por dentro de si mesmo o tempo todo. Talvez seja isso o fundamento das redes livres... ou não.

Um comentário:

Luiz Algarra disse...

Realmente escutar a lista de metareciclagem durante alguns anos foi de uma importância fundamental em minha vida. No início eu me embriagava com as novidades, links e informações. Depois passei a vibrar com a energia de ativismo da galera. Então passei a me sentir íntimo de muitos, quase conhecendo, e seguia por pura convivência. Mas foi depois que entendi o que havia ali e porque eu estava naquela lista. Eu percebia uma dinâmica de interações que rodeava um conceito, uma busca pelo entendimento do conceito, uma paixão pela organização do conceito, uma obstinação na definição do conceito e um tesão compartilhado se ver vivendo o conceito. E este conceito era, de verdade, absolutamente único e subjetivo para todos, e ninguém se incomodava com isso, pelo contrário! Todos se aceitavam na legitimidade de compartilhar um conceituar no fluir dos viveres, fazeres e sentires íntimos relatados num espaço de mútua confiança daquela lista! Genial! Uma homeostase sem centralidade, vivida por um punhado de gente espalhada no tempo e no espaço. Gente que ao tentar reinventar o mundo, se reinventou, e consequentemente reinventou o mundo! Não, reinventou não é a palavra mais correta, Metareciclaram o mundo, pessoal! Valeu mesmo caros mestres/aprendizes inspiradores.