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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Inclusão Digital, Redes Sociais e o Programa Acessa Escola

Ciclos e períodos são boas divisões de tempo que podemos usar para refletir, pensar, analisar o que estamos fazendo...

   Falar de inclusão digital, pensar a inclusão digital no âmbito de uma política pública é criar tecido para relacionar toda uma ecologia de ações, processos de tomada de decisão, gestão de recursos, métricas de acompanhamento e avaliação, espaço para o inusitado e emergência do novo, enfim, é pensar o computador como um elemento ativador de redes de redes, é pensar em criar campos, espaços públicos para apropriação de tecnologia como ativadora de imaginários.

         Segundo Hernani Dimantas (2009), “existe uma lógica subliminar no processo de inclusão digital, que, muitas vezes, fica obscurecida pelo trabalho cotidiano. Projetos de inclusão digital estão focados nos computadores. Não como ferramentas. Mas como centro de acesso à informação. Para entrar fundo neste debate, temos que dissociar a ferramenta do seu fim, redes são formadas por sinapses entre pessoas. E não pela utilização do computador. As pessoas estão em primeiro plano. E daí, podemos imaginar e elucubrar ferramentas para a formação de redes. Dessa forma, digo, que rede tem um espectro mais abrangente do que, somente, o mundo conectado. Está presente em qualquer expressão do relacionamento humano. O computador vem, apenas, facilitar a interatividade entre as pessoas. Aumentando a exposição do sujeito e catalisando inteligências ou as competências.”  
         O programa se torna, dessa forma, a estrutura organizacional pública que viabiliza e dá sustentação para a apropriação da tecnologia através da implantação de infra-estrutura física (computadores, móveis, cabos, roteadores), infra-estrutura lógica (software, banda larga) e a possibilidade de uso dessa infra-estrutura para livre acesso e livre circulação da informação em rede, ampliando as possibilidades de conexão entre pessoas.
         A rede passa a ser a estrutura orgânica que catalisa inteligências, campo de interação que faz emergir possibilidades de organização e reorganização de saberes, vivências e aprendizagem. A rede passa a ser a estrutura que permite novas topologias de conversas, demistificando mediações de papéis sociais, resignificando os meios de construção de conhecimento através da distribuição e descentralização da informação, bem como do acesso direto aos produtores da informação. Campo do emergente, a rede, do ponto de vista da geração da novas formas de organização “é o encadeamento de relações entre componentes ou indivíduos que produz uma unidade complexa ou sistema, dotada de qualidades desconhecidas quanto aos componentes ou indivíduos. Ela assegura solidariedade e solidez relativa a estas ligações, assegurando então ao sistema uma certa possibilidade de duração apesar das perturbações aleatórias. A organização, portanto: transforma, produz, religa, mantém” (MORIN, 2002). Novas formas de conversa, novas formas de interação, novas formas de aprendizado, novas possibilidades de se pensar e executar uma política pública.
         Segundo Drica Guzzi, a grande questão que está se formando é a capacidade educativa e cultural de se usar a Internet. Uma vez que toda a informação está na rede ou seja, o conhecimento codificado, mas não aquele de que se necessita , trata-se antes de saber onde está a informação, como buscá-la, como transformá-la em conhecimento específico para se fazer aquilo que se quer fazer.

É essa capacidade de aprender a aprender; essa capacidade de saber o que fazer com que se aprende; essa capacidade é socialmente desigual e está ligada à origem social, à origem familiar, ao nível cultural, ao nível de educação. É aí que está, empiricamente falando, a divisória digital nesse momento. (CASTELLS, 2003, p. 367)

Está cada vez mais evidente que quando falamos de Inclusão Digital estamos falando de diferentes níveis de complexidades.

         São diversos os desafios de uma política pública que atue a partir desses princípios, sobretudo, por articular suas estruturas de gestão às redes sociais emergentes de uma ação de inclusão digital. Um dos principais desafios no desenvolvimento de um processo de participação pública consiste em que o governo tenha uma visão holística , integrada ao ciclo de vida da elaboração de projetos e desenvolva tecnologias capazes de dar suporte ao processo de informar, consultar, participar, analisar, promover o feedback e a avaliação (GUZZI, 2006).
         A visão holística consiste num conjunto integrado de dispositivos que possam ser efetivamente utilizados pela política pública para a constituição de um programa de inclusão digital que seja pautado pelos princípios da livre apropriação da tecnologia e da ativação de redes sociais.  Apresentamos a seguir, a ecologia de dispositivos do laboratório WebLab da Escola do Futuro – USP, utilizada para o programa Acessa Escola.




legenda:   Ecologia de dispositivos de política pública de inclusão digital



         A ecologia de dispositivos representa o amadurecimento de 9 anos de experiências da equipe do Laboratório em construção de políticas públicas de inclusão digital em diferentes instâncias governamentais: munícipios (Parque Digital-Santo André, Telecentros-São Paulo, MetaReciclagem-Sorocaba, Jovem.com-Campinas), estado (Acessa SP-São Paulo, Juventude SP- São Paulo) e federação (Cultura Digital-Ministério da Cultura, HumanizaSUS - Mininistério da Saúde).  É um sistema complexo, levando-se em consideração várias frentes de atuação que se alimentam e retroalimentam formando uma rede de ações que não podem ser entendidas de forma isolada, mas no contexto e na reflexão de seu efeito sobre a parte no todo e do todo na parte, criando interfaces de informação, gestão e emergência de padrões em rede.
         A Capacitação é um dispositivo voltado para o contato com os estagiários do ensino médio, os participantes do programa que operam as Salas de Internet, criando um espaço de conversas, de escuta, de compartilhamento de experiências, de produção de sentidos como um vetor que orienta e alinha as ações executivas do programa em torno da emergência de compreensões comuns e compartilhadas de metas e objetivos. É também um espaço de ativação de redes, por proporcionar o encontro presencial entre estagiários de diversas escolas e diversas regiões por onde o programa vem sendo implantado. Como espaço de ativação de redes, a capacitação catalisa e amplia o campo de contato na internet, entre os estagiários. É um elemento fundamental, aproveitado pela Internet e Comunicação como gerador de interesse para que os estagiários possam se ver refletidos nas mídias sociais (Site do Acessa Escola, Orkut, Flickr, Youtube, Twitter e Facebook) do programa, através da produção de imagens, vídeos e textos sobre a capacitação em que os mesmos participaram, além da produção contínua de pautas específicas sobre os temas de interesse do programa: internet, educação, tecnologia e inclusão digital. As informações que sintetizam essas ações de rede são coletadas, analisadas e circulam pelos diferentes atores do programa através das ações de Webanalítica e dos informativos semanais da Operação Web.
         Ações que utilizam os espaços das mídias sociais para construção de projetos e apropriação da tecnologia das Salas de Internet para além das possibilidades do acesso livre são canalizadas via Rede de Projetos, um dispositivo que se alimenta de todas as informações e ações conversas geradas pela Capacitação e Internet e Comunicação como elementos de ativação de redes. É o espaço onde usuários, sejam professores, alunos ou funcionários, do programa podem contar suas experiências, encontrar apoio e suporte para executar ideias, construir projetos, divulgar resultados, além de um espaço para emergência de novas possibilidades de uso e apropriação do programa para ações inusitadas, inesperadas, criativas.
         Como os usuários efetivamente estão se apropriando da tecnologia das salas de Internet, como é o seu comportamento em rede e o que pensam sobre o programa é uma área que é abordada pela PONLINE, uma ação de pesquisa online com os usuários frequentadores do programa. E junto com todas as informações pelos dispositivos mencionadas, há a área de Conexões Científicas criando um campo de análise e produção de conhecimento acadêmica sobre o programa e para o programa.
         Essa é uma possível leitura das interfaces que são oferecidas pelos dispositivos de inclusão digital, outras são possíveis, possibilitando novas ações, melhorias e o desenvolvimento do próprio programa em seu fazer e refazer contínuo.

EcologiaWeb Acessa Escola



Mídias sociais, redes sociais, canais, integração, agregação e por aí vai...

Esses têm sido alguns dos temas que tenho ouvido com muita frequências nos últimos meses e acho alguns bem sem sentido no contexto de pensarmos apropriação tecnologia para reflexão de singularidades...

Enfim, produzimos a imagem acima que retrata os fluxos do que construímos para o Acessa Escola.

Canais produziam sentidos em suas ações, ações partiam de encontros, conversas, desejos e saberes. Um experimento...

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Serra amplia comunicação online

e os novos ambientes de gestão vão sendo construídos...

Na convergência do que estamos fazendo no acessa escola.

Aqui!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

A geração Facebook....

Caiu aqui na rede um artigo que conta um pouco o que a geração Facebook/Orkut está fazendo em comparação com a geração Fortune 500 (Big empresas). Alguns princípios interessantes parecem destacar novas formas, maneiras de atuar.

A questão que considero interessante desse tipo de artigo é apenas como os caras organizam e dão destaque ao que consideram como mudanças. No fundo, eu acredito que a rede está nos reescrevendo enquanto experiência de socialização. Ela reflete no macro uma mudança significativa no micro. Nas nossas redes neurais, nos circuitos que ativamos e reativamos. Será?

Veio daqui: Gary Hamel.


1. All ideas compete on an equal footing.
On the Web, every idea has the chance to gain a following—or not, and no one has the power to kill off a subversive idea or squelch an embarrassing debate. Ideas gain traction based on their perceived merits, rather than on the political power of their sponsors.

2. Contribution counts for more than credentials.
When you post a video to YouTube, no one asks you if you went to film school. When you write a blog, no one cares whether you have a journalism degree. Position, title, and academic degrees—none of the usual status differentiators carry much weight online. On the Web, what counts is not your resume, but what you can contribute.

3. Hierarchies are natural, not prescribed.
In any Web forum there are some individuals who command more respect and attention than others—and have more influence as a consequence. Critically, though, these individuals haven’t been appointed by some superior authority. Instead, their clout reflects the freely given approbation of their peers. On the Web, authority trickles up, not down.

4. Leaders serve rather than preside.
On the Web, every leader is a servant leader; no one has the power to command or sanction. Credible arguments, demonstrated expertise and selfless behavior are the only levers for getting things done through other people. Forget this online, and your followers will soon abandon you.

5. Tasks are chosen, not assigned.
The Web is an opt-in economy. Whether contributing to a blog, working on an open source project, or sharing advice in a forum, people choose to work on the things that interest them. Everyone is an independent contractor, and everyone scratches their own itch.

6. Groups are self-defining and -organizing.
On the Web, you get to choose your compatriots. In any online community, you have the freedom to link up with some individuals and ignore the rest, to share deeply with some folks and not at all with others. Just as no one can assign you a boring task, no can force you to work with dim-witted colleagues.

7. Resources get attracted, not allocated.
In large organizations, resources get allocated top-down, in a politicized, Soviet-style budget wrangle. On the Web, human effort flows towards ideas and projects that are attractive (and fun), and away from those that aren’t. In this sense, the Web is a market economy where millions of individuals get to decide, moment by moment, how to spend the precious currency of their time and attention.

8. Power comes from sharing information, not hoarding it.
The Web is also a gift economy. To gain influence and status, you have to give away your expertise and content. And you must do it quickly; if you don’t, someone else will beat you to the punch—and garner the credit that might have been yours. Online, there are a lot of incentives to share, and few incentives to hoard.

9. Opinions compound and decisions are peer-reviewed.
On the Internet, truly smart ideas rapidly gain a following no matter how disruptive they may be. The Web is a near-perfect medium for aggregating the wisdom of the crowd—whether in formally organized opinion markets or in casual discussion groups. And once aggregated, the voice of the masses can be used as a battering ram to challenge the entrenched interests of institutions in the offline world.

10. Users can veto most policy decisions.
As many Internet moguls have learned to their sorrow, online users are opinionated and vociferous—and will quickly attack any decision or policy change that seems contrary to the community’s interests. The only way to keep users loyal is to give them a substantial say in key decisions. You may have built the community, but the users really own it.

11. Intrinsic rewards matter most.
The web is a testament to the power of intrinsic rewards. Think of all the articles contributed to Wikipedia, all the open source software created, all the advice freely given—add up the hours of volunteer time and it’s obvious that human beings will give generously of themselves when they’re given the chance to contribute to something they actually care about. Money’s great, but so is recognition and the joy of accomplishment.

12. Hackers are heroes.
Large organizations tend to make life uncomfortable for activists and rabble-rousers—however constructive they may be. In contrast, online communities frequently embrace those with strong anti-authoritarian views. On the Web, muckraking malcontents are frequently celebrated as champions of the Internet’s democratic values—particularly if they’ve managed to hack a piece of code that has been interfering with what others regard as their inalienable digital rights.