Prof. Nelson Fiedler-Ferrara
Masp, 11 de Agosto, 2009
Comitê Paulista para a década da Cultura de Paz
cognição: ato ou processo dinâmico de conhecer;
viver como um processo de auto-formação.
no processo de cognição procedemos recortes da realidade como representada pelo modelo que escolhemos.
varela: princípio do balanço complementar.
balanço entre criatividade e implementação efetiva.
1. alguns comentários
a não demonização do cartesianismo, reducionismo e mecanicismo. foram as abordagens necessárias para chegarmos a compreensão do mundo que temos hoje.
a complexidade do mundo não era desconhecida pelos cientistas, mas não sabiam como tratá-la.
o advento dos grandes computadores muda esse cenário.
isso influencia a filosofia, as ciências humanas como um todo e puxa a uma nova epistemologia.
2. Modelo reticulado de racionalidade científica - Laudan
Teorias - Objetivos - metodologias
Mudança contínua e adaptativa nos 3 eixos.
Muda a idéia da revolução como mudança de paradigma.
3. Hipóteses adotadas pela ortodoxia dos cientistas hoje:
- realismo, pluralismo, determinismo ontológico, determinismo epistemológico flexível, formalismo.
4. Hipóteses ontológicas sobre a realidade adotada pela maioria hoje:
realidade é sistêmica
realidade é complexa
realidade pode ser expressa por leis
A comunidade científica aceita com muita mais facilidade a idéia de sistêmica e complexidade. Em curso fortemente um processo de contínua mudança e adaptação.
5. HOLISMO
é um critério espitemólogico: a realidade é considerada primariamente como um todo.
alguns holismos:
- holismo como modelo para o organismo. Kurt Goldstein.
organismos individuais como entidades holíticas.
- sociologia: se contrapõe a individualismo. Durkheim.;
- filosofia da linguagem: significado. contexto da linguagem. Wittgenstein. Quine. Duhem.
São abordagens protocomplexas.
- Holismo de J. C. Smuts. holismo é um método de explicação.
Tendência sintética do universo por meio da formação de todos.
Epistemologia que se aproxima de uma religião. Elege nos todos um princípio unificador, principalmente na personalidade, o todo mais elevado. Se aproxima da transcendência.
6. PENSAMENTO SISTEMICO
Em geral, os elementos são tratados de uma forma muito simplicada.
As simplificações em geral comprometem o alcance e a validade das afirmações.
Capra aparece como sendo a referência de base importante.
O uso da quantica é incorreto, em geral.
Muitos usos epistemológicos não tem a necessidade de validação pela ciência.
7. SISTEMICA
construções clássicas. Bertalanffy.
Wiener e Rosemblueth - cibernética e eletronica.
Livro - Conceitos básicos de sistemica - Bresciani Filho.
É o sujeito que define o sistema e também lhe atribui finalidade. O sujeito pode ser interno ou externo ao sistema.
A presença de um sujeito implica a presença de um ponto de vista subjetivo, decorrente de todos os seus limites de entendimento e incerteza de avaliação.
O todo é mais ou menos do que a soma das suas partes.
Não existem elementos isolados.
As características podem ser consideradas como emergencias do sistema: produtos, resultantes.
As relações exercem restrições.
Os elementos dentro do sistema constituem uma rede de relações: arborescentes ou circulares. Sistemas complexos são apoiados em relações circulares. Sistemas complicados são apoiados em arborescentes, hierarquia.
Organização: conjunto das características estruturais e funcionais de um sistema.
A organização é uma fonte de criação de diversidade. Para isso, as forças de atração e colaboração precisam predominar as forças de repulsão ou de competição. É dessa dinâmica que surge a criatividade e a inovação.
Os objetivos são atribuídos pelo sujeito.
Podemos abstrair sistemas fechados e sistemas abertos em relação a interação com o meio ambiente.
Pode estar em estado de equilíbrio ou desiquilíbrio.
Cada novo estado pode ser considerado uma novidade no sistema.
2 características a mudanção de estados: regulação e adaptação.
Podem ocorrer mudanças organizacionais espontâneas com o aparecimento de comportamentos inesperados, imprevistos. Isto é devido ao alto grau de liberdade ou de altas sensibilidades dos elementos a contingências e relações com o meio ambiente.
Auto-organização: transformação ou criação de uma organização. Decorre da interação das atividades predeterminadas.
A sistêmica pode ser aplicada a diversas epistemologias. Nos ajuda a definir ontologias para diversas epistemologias.
8. COMPLEXIDADE
- níveis hierárquicos de organização;
- dinâmicas não-lineares: hierarquias com anéis de realimentação interna. o efeito não é linearmente proporcional a causa.
propriedade emergente = macro-comportamento observável.
emergencia de segunda-ordem: confere funcionalidade adicional ao sistema.
9. TRABALHAR COM SISTEMAS COMPLEXOS ENVOLVE:
- buscar leis que possam ser aplicadas a uma variedade de sistemas complexos;
- encontrar princípios unificadores:
- não significa proceder a abordagens reducionistas;
Em qual nível pretendemos formular as leis? em cada nível encontraremos tipos específicos de organização e estrutura.
Sistemas complexos adaptativos = mostram comportamento emergente.
5 princípios fundamentais para construir um sistema que aprende a partir de um nível mais baixo com regras locais (S. Johnson):
- massa crítica de agentes;
- as partes dos sistemas emergentes não devem ser excessivamente complicadas;
- interações aleatórias são desejáveis;
- os agentes do sistema devem ser dotados de habilidade para detectar padrões;
- os agentes do sistema devem estar dotados de capacidade para interagir com vizinhos.
o anarquismo epistemológico é intrínseco ao processo cognitivo. Tem relação a como conhecemos as coisas e a nós mesmos. Interior?