21 proposições de uma Teoria do Campo Social
1. Os sistemas sociais são “colocados em prática” ou “encenados” pelos seus membros em um contexto. (As demais proposições resultam destas)
2. O ponto cego das ciências sociais, dos sistemas sociais e da teoria de campo hoje em dia diz respeito às fontes nas quais os sistemas sociais têm origem.
3. Há quatro fontes de atenção na qual pode emergir a ação social:
a. Eu em mim;
b. Eu no objeto;
c. Eu em você;
d. Eu no agora.
4. As quatro fontes e estruturas de atenção dão origem a quatro diferentes fluxos ou campos de emergência. “Vejo dessa maneira, portanto, ele emerge daquela maneira”;
5. Os quatro campos de encenação da realidade social aplicam-se a todas as esferas de criação da realidade social:
a. Burocracias de máquinas centralizadas;
b. Estruturas divisionais descentralizadas;
c. Estruturas organizacionais em rede;
d. Estruturas de ecossistemas de inovação.
6. Os pontos de inflexão movendo-se de um campo para outro são idênticos em todos os níveis. Esses pontos constituem uma gramática social:
a. Abertura e suspensão (mente aberta);
b. Mergulho profundo e redirecionamento (coração aberto);
c. Deixe ir e deixe vir (vontade aberta).
7. Quanto maior a hipercomplexidade de um sistema, mais crítica é a capacidade para operar a partir dos campos mais profundos da emergência social;
8. A inovação profunda que trata os três tipos de complexidade exige um processo que integre três movimentos: abrir-se para contextos que importam (cossentir), conectar-se à fonte de quietude (copresencing) e prototipar o novo (cocriação);
9. Para acessar e ativar as fontes mais profundas dos campos sociais, três instrumentos devem ser ajustados ou “afinados”: a mente aberta, o coração aberto e a vontade aberta;
10. Abrir esses níveis mais profundos exige a superação de três barreiras: a voz do julgamento, a voz do cinismo e a voz do medo;
11. Cocriar exige um compromisso de servir o todo e a capacidade de reintegrar a inteligência da cabeça, do coração e das mãos;
12. Quanto maior o intervalo entre a complexidade sistêmica exterior e a capacidade interior de acessar os fluxos mais profundos de emergência, é mais provável que um sistema sairá dos trilhos e reverterá para um espaço destrutivo de anti-emergência;
13. O espaço social da anti-emergência é manifestado em um movimento reacionário conhecido como fundamentalismo;
14. O campo social é um todo em desenvolvimento que pode ser observado e experimentado pelas cinco dimensões. São elas: espaço social, tempo social, o coletivo, o eu e o espaço envolvente (terra);
15. À medida que um campo social se desenvolve e começa a incluir os mais profundos níveis e fluxos da emergência, a experiência de tempo, espaço, eu, coletivo e Terra funde-se por meio de um processo cultural de inversão;
16. A abertura das fontes e dos fluxos de emergência mais profundos inverte a relação entre o indivíduo e o coletivo;
17. A abertura das fontes mais profundas e dos campos de emergência transformam a relação entre o conhecedor e o conhecido;
18. O campo social é uma escultura de tempo na criação;
19. O desenvolvimento do campo social é uma função da ressonância mórfica sem escala;
20. O futuro de um sistema é uma função do campo a partir do qual escolhemos operar;
21. A força revolucionária neste século é o despertar de uma capacidade humana geradora profunda – o “eu no agora”.
Anotações da Teoria U, de Otto Scharmer.
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