Recebi de um amigo um texto muito interessante para ler do Pierre Bourdieu, chamado a "A dissolução do religioso".
O Bourdieu vai tecendo alguns conceitos de como nos "novos" clérigos vem ocupando um papel muito mais amplo na sociedade, não ficando o "posto" confinado apenas aos religiosos oficiais. Ou seja, médicos, terapeutas, psicólogos, entre tantos outros, vão ocupando esse espaço antes destinado aos profissionais do setor. O que me interessou mais no texto e no contexto é o fato de que essa abertura liberou uma certa mediação do sagrado e da conexão com o sagrado que o controle das instituições normalmente exerce.
Essa liberação ampliou a fronteira do campo, permitindo que a divisão entre profissionais do corpo, da saúde e profissionais do espírito ficasse mais tênue. Sendo assim, a divisão de espaços passa a sumir e corpo e espírito podem, novamente, ser vistos de uma perspectiva única. Há mais de 10.000 anos os iogues vêm dizendo a mesma coisa.
Segue um bom trecho sobre isso:
"A desagregação da fronteira do campo religioso a que me referi parece ligada a uma redefinição da divisão da alma e do corpo e da divisão correlativa do trabalho de cura das almas e dos corpos, oposições que não têm nada de natural e que são historicamente constituídas."
Nenhum comentário:
Postar um comentário