Em várias conversas com Hernani e Drica, a nossa forma de atuação nesse projeto, a maneira de atuar na rede e trabalhar a visão de Internet dentro da esfera pública no contexto desse projeto. A potência da rede se faz perceptível para quem a ajuda a construir, para quem faz parte de seus fluxos, nuances, sentidos, contextos e dissolvências. Criar chão próprio, introduzir essa visão da rede e passar a refletir a partir dela nem sempre á algo tão simples ou fácil de fazer. Desenvolver corpo e linguagem para isso, ao mesmo tempo em que vamos atuando de uma maneira a criar convergência da política pelo uso de uma nova linguagem é uma forma interessante de intervenção, pois nos produzimos diferentes ao conseguirmos nos descrever de maneiras diferentes.
Começamos a utilizar de novos dispostivos de análise e mapeamento das bordas que o site da Juventude se inseria. Fui documentando na tag juventudesp alguns descobertas e análises enquanto ia refletindo sobre isso. Mapear a complexidade e alargar um pouco mais as bordas do nosso olhar revela fatos interessantes sobre como nós mesmos nos organizamos e criamos espaços na Internet que refletem essa organização. A rede ajuda a ver isso e, no contexto de um projeto de política pública, permite ampliar a visão das relações de como a informação é construída e apropriada. Sem dúvida, me parece um campo de aprendizado infinito. Aprender sobre isso e descobrir novas ferramentas que favoreçam a rede a refletir sobre si mesma, é um caminho sedutor de pesquisa pelo qual vou me enveredando. Boas pistas se encontram na filosofia da linguagem, nos pragmáticos, na visão sistêmica de retroalimentação, mas isso já é outra conversa...
Montamos a apresentação abaixo para dar um pouco mais de contexto de como o projeto tem se desenvolvido.
Um ponto que foi interessante de trabalhar e ver o seu desenvolvimento ao longo dos meses foi o que sistematizamos abaixo como a Ecologia Web do projeto:
Algumas premissas foram importantes e que nos levaram a essa ecologia:
- o objetivo do projeto é integrar e divulgar políticas públicas de várias secretarias que sejam direcionadas para o jovem, tornando mais fácil o acesso desse jovem ao que está disperso e de difícil acesso no site de várias secretarias;
- só esperar que o jovem venha acessar o portal é não considerar os espaços onde ele está;
- divulgar informação relevante é uma questão de foco e não uma questão de massificação do acesso: mapeamos mais de 1000 comunidades no Orkut que tenham interesse declarado em seu perfil nos temas que são os canais do portal (Divirta-se, Estude, Trabalhe, Viva com saúde e Faça Política);
- não somos o admin do portal, portanto, temos pouca ação direta na tecnologia;
- mapear a rede e a forma como ela vem utilizando a informação que produzimos é um exercício fundamental de auto-crítica e aprendizado sobre a rede. Fazer isso não tem por objetivo controlar a rede, mas sim entender o seu contexto de movimentação, de apropriação e circulação daquilo que temos produzido.
O espaço para conversa em rede ainda tem sido tímido e limitado, sobretudo pelo fato de ainda não termos implementadas as atualizações de tecnologia que estão previstas para o site. No entanto, é interessante perceber como os membros de comunidades vão se ligando que dentro de seus fóruns também há espaço para divulgação de vagas, projetos e acessos a programas que são gratuitos, públicos e estão no foco de interesse da comunidade que participam. Como no caso abaixo:
Enfim, tem sido divertido o aprendizado de algumas coisas que eu antes mais fazia idéia do que já tinha propriamente experimentando com esses recursos. Mas, o mais importante tem sido criar uma nova linguagem para descrever uma nova visão de Internet para esse processo e perceber o efeito que isso vem causando numa mudança da visão da própria política pública.
3 comentários:
policy networks?
num entendi... hein?
Muito bom post, além de ilustrar de maneira fácil como exemplo de trabalhar com informações sobre ativação de redes
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